Uma mulher, de 65 anos, foi assassinada no interior da sua casa, na localidade de Donai, no concelho de Bragança, sábado à noite. Olga Pires terá sido atacada com socos e com um ferro. O seu marido, dois anos mais velho, também foi agredido, mas sobreviveu. Suspeita-se que o autor dos crimes possa ter sido alguém próximo da família, mas, este domingo, a Polícia Judiciária de Vila Real ainda não tinha detido ninguém.
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Os Bombeiros de Bragança foram chamados a prestar socorro por volta das 22.42 horas de sábado, com a indicação de que teria havido uma agressão em Donai. Foi o marido da vítima mortal que, depois do ataque, saiu à rua e pediu socorro à vizinhança.
De acordo com o adjunto do Comando dos Bombeiros de Bragança, Paulo Ferro, quando os operacionais entram na casa, verificaram que a mulher, Olga Pires, apresentava lesões provocadas por um objeto contundente.
"Tinha vários golpes. Estava em paragem cardiorrespiratória, que não foi possível reverter", contou Paulo Ferro, ao JN. O corpo da mulher apresentava quatro perfurações, no abdómen e no tórax, que terão sido perpetradas por um objeto contundente.
O marido também tinha ferimentos, no rosto e no tórax, e foi transportado para o Hospital de Bragança. As suas lesões terão sido causadas pela mesma pessoa que matou a mulher, afirmou o homem, em conversa com os bombeiros, identificando o agressor como sendo um familiar.
Filho diz que não estava em casa
De acordo com as informações recolhidas pelo JN, os investigadores da Polícia Judiciária da Vila Real têm dúvidas e, este domingo ao final da tarde, ainda não tinham identificado o autor das ofensas corporais que foram fatais para Olga Pires.
Porém, existem fortes indícios de que os crimes de homicídio e de tentativa de homicídio tenham sido cometidos por alguém próximo. Foram recolhidos relatos sobre a alegada existência de conflitos anteriores, nomeadamente, com um filho, sendo que a investigação não quer privilegiar, nem descartar nenhuma pista, pelo que não estarão previstas detenções para os próximos dias.
Ao JN, Carlos Pires, filho do casal, garantiu que, na noite dos crimes, se encontrava fora de Bragança. "Cheguei de autocarro na manhã seguinte e tinha à minha espera a Polícia. Eu não sabia de nada", garantiu Carlos Pires.
Para já, as primeiras conclusões das observações ao cadáver da vítima apontam para que Olga Pires tenha sido atacada com um objeto em ferro, mas também com murros. Já o marido, que ainda está internado no Hospital, terá dito que foi atacado e não identificou o seu agressor, uma vez que ainda não terá sido interrogado pelos inspetores, por o seu estado de saúde não o ter permitido.
Não se sabe se foram roubados bens da residência do casal.
Filho é ex-recluso
O casal residia num bairro da estrada de Donai, antes da aldeia, onde era conhecido mas não tinha grandes relações de proximidade com os vizinhos.
Segundo uma fonte da localidade, o casal vivia das respetivas pensões, pois tanto Olga Pires, antiga auxiliar numa escola da cidade de Bragança, como José estavam reformados.
O filho do casal já esteve preso, mas agora trabalha na construção civil. Viveu em Espanha e há algum tempo que regressou a Portugal, passando a residir com os pais.