Três mulheres e um homem foram acusados pelo Ministério Público (MP) de Guimarães dos crimes de lenocínio, auxílio à imigração ilegal e tráfico de pessoas para exploração sexual. Terão montado um esquema de prostituição que operava em apartamentos nas zonas de Fafe, Póvoa de Varzim e Viana do Castelo e aproveitavam-se da vulnerabilidade de imigrantes, essencialmente colombianas, para as explorar sexualmente.
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Segundo a acusação, o negócio de exploração de uma rede de prostituição foi inicialmente montado por uma das arguidas em abril de 2017, vindo depois a contar com a ajuda da irmã na sua gestão. Em meados de 2019, a filha da primeira arguida, que começara com a função de manter trato sexual com clientes a troco de dinheiro, passou também a assumir funções de gestão, tal como a mãe e a tia.
O MP considerou indiciado que o esquema utilizava apartamentos nas zonas de Fafe, Póvoa de Varzim e Viana do Castelo e era feito à custa de mulheres sul-americanas, essencialmente colombianas, cujos serviços sexuais eram publicitados pelos arguidos através de anúncios em sites da especialidade ou em jornais.
As mulheres eram angariadas pelos arguidos e depois transportadas e alojadas em Portugal com intuito de serem sexualmente exploradas. "Em três casos, as mulheres foram trazidas da Colômbia pelas arguidas e por elas encaminhadas para a prostituição com aproveitamento da dependência económica daquelas, por não terem outra forma de subsistência, por um lado, e da sua especial vulnerabilidade por serem cidadãs estrangeiras ilegais, sem possibilidade de ajuda por outros concidadãos, por outro", afirma um comunicado da Procuradoria Distrital do Porto publica esta tarde de quarta-feira.
A 2 de junho, os quatro arguidos foram acusados pelo MP de dois crimes de lenocínio e dois crimes de auxílio à imigração ilegal e duas arguidas foram ainda acusadas - uma de um e outra de dois - crimes de tráfico de pessoas para exploração sexual.