Jovem julgado por homicídio no Carnaval de Torres Vedras culpa álcool e haxixe pelo crime.
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Bruno Romão confessou ontem no Tribunal de Loures ter matado Pedro Morgado, 32 anos, num bar, nas festas de Carnaval de Torres Vedras em 2022, mas não se lembra de nada, incluindo de lhe ter dado uma navalhada no coração.
O arguido, de 22 anos, começou por pedir desculpa à família da vítima. "O álcool começou a bater-me de uma maneira que não me lembro de nada. Claro que me arrependo de ter tirado a vida a alguém", declarou. "Há vídeos que mostram eu a beber dez ou 15 shots seguidos, não me recordo disso", referiu, acrescentando que "estava há 48 horas sem dormir" e que tinha bebido o dia todo e fumado haxixe. Depois, foi para um café.
"Foi o dono do bar que passou de carro pelo café e me disse que dei uma facada no Pedro. Eu não acreditei, mas estava cheio de sangue e aí comecei a acreditar", afirmou. Segundo a acusação, terá visto Pedro com a sua ex-namorada e, "sedento por arranjar desacatos e movido por uma crise de ciúmes", agrediu-o. Ontem, Bruno garantiu que não havia ciúmes, pois até já tinha outra namorada. O arguido já tinha sido condenado duas vezes por violência doméstica contra a ex-namorada, a penas suspensas.
Gonçalo Silvério era amigo do arguido e da vítima. "Lembro-me de ver o Pedro a recuar e o Bruno a ir para cima dele. O Pedro disse "chega, não vamos arranjar confusão no Carnaval", mas o Bruno continuava a tentar atingi-lo", disse ontem aos juízes. "Já só vi o Pedro com a mão no peito, com a t-shirt cheia de sangue, quando disse as últimas palavras: "o puto já me f*** a vida".