Nelson Rosado denuncia manipulação do vídeo e ameaças após polémica com Joana Marques
Nelson Rosado sublinha que vídeo com piada de Joana Marques distorceu a interpretação do hino nacional feita pelo duo Anjos. Em tribunal, Nélson Rosado denunciou ameaças e perdas significativas na carreira após a polémica.
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Está a decorrer esta terça-feira a primeira audiência do processo que opõe o duo Anjos, composto pelos irmãos Nelson e Sérgio Rosado, à humorista e radialista Joana Marques.
A ação judicial resulta de uma piada feita pela humorista em 2022, na sequência da interpretação do hino nacional pelos Anjos durante uma prova de Moto GP no Algarve.
À chegada ao tribunal, Joana Marques mostrou-se crítica, referindo tratar-se de uma “perda de tempo” para o sistema judicial, mas afirmou estar “pronta para falar” sobre o caso.
Nelson Rosado foi o primeiro a prestar depoimento e não poupou palavras para descrever os impactos do episódio. “O vídeo que a ré divulgou não corresponde à nossa interpretação original do hino. Foi manipulado, cortaram partes essenciais da letra, nomeadamente o trecho ‘levantai hoje de novo’. Isso muda completamente o sentido da nossa prestação”, explicou, citado pela Lusa.
O cantor relatou que, na sequência da polémica, ele e o irmão receberam “ameaças de grupos nacionalistas” e foram obrigados a “contratar segurança privada para estar à paisana nos próprios concertos”.
“Somos acusados de assassinar o hino, mas não errámos na letra. Esta é uma tentativa de nos ridicularizar e prejudicar, um ataque direto à nossa honra e ao nosso trabalho”, afirmou Nelson.
O músico destacou ainda o impacto negativo na carreira do duo, que viu 11 concertos cancelados, o lançamento de uma nova música adiado e vários patrocínios retirados. “Para se fazer bom humor não é preciso falar mal de ninguém. O limite do humor é quando se causa dano — e aqui o dano foi enorme”, sublinhou.
Nelson Rosado rejeitou também a narrativa de que o processo seria um ataque à liberdade de expressão, afirmando que se trata de uma questão de justiça e de reparação dos prejuízos sofridos. “Esta narrativa errada da defesa tem de acabar”, afirmou.
O julgamento prossegue durante a tarde, com a juíza a marcar uma sessão adicional para o próximo dia 30 de junho.