O neonazi Mário Machado foi agredido na cadeia de Alcoentre, na Azambuja, no início desta semana, por outros reclusos. O líder do Grupo 1143 foi socorrido pelos guardas prisionais e imediatamente mudado de ala. Os agressores serão membros da comunidade cigana.
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Condenado a uma pena de dois anos e dez meses, Mário Machado tinha anunciado, através do seu advogado, que se iria entregar na cadeia das Caldas da Rainha, mas, antes que isso acontecesse, a Polícia Judiciária (PJ) foi buscá-lo a casa no dia 22 de maio e deteve-o. O neonazi foi, então, levado para a cadeia anexa à PJ de Lisboa e aqui permaneceu mais de uma semana.
Na última segunda-feira, Machado foi transferido para o Estabelecimento Prisional de Alcoentre, para aqui cumprir a pena, mas, mal entrou na cela, foi agredido. Segundo o JN apurou, Mário Machado cumpriu os procedimentos de admissão e dirigiu-se à camarata que lhe tinha sido atribuída para guardar os seus pertences. E foi aí, já sem a companhia dos guardas prisionais e numa altura em que os restantes reclusos ainda podiam circular pelos pátios e corredores da cadeia, que o neonazi foi rapidamente surpreendido por um grupo de presos.
Ao ser agredido, Mário Machado gritou por ajuda. “Os guardas estavam perto, ouviram os gritos e foram em seu socorro”, descreve o presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional. Frederico Morais acrescenta que os agressores eram reclusos pertencentes à comunidade cigana e pararam com as agressões logo que os guardas chegaram à cela.
Condenado por incitamento ao ódio
Após a agressão, Mário Machado foi “levado para outra ala da cadeia”, mas continua a partilhar a camarata com outros presos e a percorrer os corredores e o recreio junto da restante comunidade prisional. “Não consigo garantir que ficará em segurança, porque os guardas não podem estar permanentemente ao lado dele. Se ele se encontrar com reclusos com os quais tenha problemas poderá acontecer um novo episódio de violência”, avisa Frederico Morais.
Ao JN, a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais
Em resposta às questões colocadas, a DGRSP informa que, "na passada segunda-feira, na sequência de uma altercação verificada no Estabelecimento Prisional de Alcoentre, um recluso agrediu, a soco, um outro recluso". "O recluso identificado como agressor foi imediatamente colocado em medida cautelar enquanto decorre o competente processo disciplinar. O recluso agredido foi observado, por precaução, nos serviços clínicos do estabelecimento prisional, não se verificando qualquer necessidade de assistência hospitalar", descreve.
Mário Machado, com cadastro por agressão, foi, agora, condenado por incitamento ao ódio e à violência contra mulheres associados a partidos de esquerda.