Mais de um mês e meio depois, ainda ninguém reclamou os cerca de 400 mil euros encontrados no interior de vários cofres, escondidos entre as pedras de um muro, em Penafiel
Corpo do artigo
14306521
Também a investigação em curso, que passou da GNR para a Polícia Judiciária (PJ) e aposta na possibilidade de a fortuna estar relacionada com o tráfico de droga, não identificou formalmente qualquer suspeito. E na localidade de Rio Moinhos, depois de dias de romaria ao local da descoberta, os ânimos sossegaram. O insólito achado teve lugar no início de novembro quando, como o JN revelou, dois militares da GNR encontraram os cinco cofres dissimulados entre as pedras de um muro antigo. Dentro tinham, ao todo, cerca de 400 mil euros. A descoberta aconteceu no âmbito de um serviço gratificado efetuado pelos guardas e depois de estes terem sido alertados para o caso por um trabalhador da empresa Inersel. O muro separa as instalações de uma antiga pedreira do caminho público em terra batida que dá acesso ao campo de tiro do Clube de Caçadores de Rio de Moinhos.
Inquérito em segredo
Na altura, ninguém conseguiu perceber de quem era a fortuna escondida e, mais de um mês e meio depois, o ou os proprietários dos cerca de 400 mil euros permanecem no anonimato.
O JN apurou que, ao longo deste período, nenhuma pessoa reclamou a propriedade do dinheiro, que continua, por esse motivo, depositado numa conta bancária do Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça. E assim continuará até que seja concluído a investigação em curso.
Ao JN, a Procuradoria-Geral da República confirma "a existência de inquérito, o qual se encontra sujeito a segredo de justiça". Nada mais adianta, nem tão-pouco que crime sustenta as diligências judiciais que estão a decorrer.
Outras fontes contactadas pelo JN explicam, porém, que o eventual branqueamento de capitais terá sido o crime que justificou o início da investigação. Ou seja, as autoridades judiciais tentam perceber qual é a origem dos 400 mil euros, designadamente se este dinheiro foi obtido de forma ilícita e qual a razão para a fortuna estar escondida num velho muro de pedra.
Caso na Judiciária
Este trabalho policial começou por ser levado a cabo pelos militares do Núcleo de Investigação Criminal de Penafiel da GNR. Foram estes que, no dia do achado, estiveram em Rio Moinhos, recolheram os cofres, contaram as notas e realizaram as primeiras diligências para apurar o dono do dinheiro.
Nos dias seguintes, o caso passou para a PJ, que tem como principal linha de investigação o facto dos 400 mil euros estarem relacionados com o tráfico de droga. Esta é, no entanto, apenas a principal de várias pistas seguidas.
Pormenores
Serviço gratificado
Os militares da GNR que encontraram os cofres estavam a garantir a segurança dos trabalhadores que abriam os buracos, para a colocação de postes de eletricidade no caminho ladeado pelo velho muro.
Identificar suspeito
O primeiro objetivo das autoridades foi identificar o homem que, logo após a saída dos guardas do local para almoço, esteve junto ao muro para confirmar que os cofres continuavam escondidos.
Retrato inconclusivo
O retrato-robô feito com base na discrição dos trabalhadores do estaleiro ainda não permitiu localizar o suspeito.