Dos 24 agentes da PSP que fizeram o teste prático de tiro, a semana passada, no Algarve, chumbaram 22. Suspeita-se que esta reprovação quase generalizada possa ter sido mais uma forma de protesto dos polícias contra o Governo pela não atribuição à PSP e à GNR do suplemento de missão aprovado para a Polícia Judiciária.
Corpo do artigo
Questionada pelo JN, a Direção Nacional da PSP confirmou que, no final da semana passada, "decorreram duas sessões de certificação de tiro com duas turmas de 12 formandos cada, tendo 22 reprovado".
Em resposta escrita, a PSP esclareceu que os polícias em causa "não foram desarmados", estando previsto que os mesmos agentes sejam sujeitos a uma sessão de avaliação e certificação extraordinária, "nos moldes normais e previamente definidos para situações de reprovação".
Os agentes são regularmente avaliados e, se voltarem a chumbar nos novos exames, poderão ter de entregar as suas armas.
A alegada ação de protesto foi tornada pública no dia em que soube que o comandante da Unidade Especial de Polícia da PSP abriu um inquérito para apurar as baixas médicas de 44 polícias do Corpo de Intervenção que estavam escalados para o jogo Benfica-Gil Vicente, que decorreu no domingo. Luís Carrilho decidiu, na sequência daquele "situação inédita", "extinguir o terceiro grupo operacional e distribuir estes polícias pelos restantes grupos operacionais do Corpo de Intervenção em Lisboa, reativando o sexto grupo operacional" para "manter a normal atividade operacional do Corpo de Intervenção".