Nove anos de prisão e multa de 640 mil euros para chineses que tinham estufa industrial de canábis
O Tribunal da Relação do Porto agravou de sete para nove anos de prisão as penas do casal de chineses condenado por ter mantido, durante meses, uma mega estufa de canábis, num armazém da Maia. Também terão de pagar ao Estado cerca de 640 mil euros.
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O casal que era auxiliado por um terceiro indivíduo, mantinha uma autêntica fábrica de cultivo intensivo de canábis, montada num armazém da Maia, onde foi apreendida mais de uma tonelada de droga. Era uma mina de ouro para um casal de nacionalidade chinesa, que declarava tostões ao Fisco, apesar de terem passado pelas suas contas bancárias, nos últimos quatro anos, 675 mil euros.
O Ministério Público (MP) acusou de tráfico de droga o casal e o terceiro indivíduo que vivia no armazém. Exigia ainda a entrega daquela quantia ao Estado.
O coletivo de juízes que realizou o julgamento no Tribunal de Matosinhos entendeu sentenciar o casal com sete anos de prisão e o ajudante com seis. No entanto, negou a pretensão do MP em decretar a perda de património incongruente.
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Mas a Relação revogou agora a decisão dos juízes de Matosinhos e condenou o casal a pagar ao Estado um total de 640 mil euros.
Em julho do ano passado os investigadores da PSP foram surpreendidos pela dimensão e sofisticação técnica da estufa que encontraram nas instalações de uma antiga tinturaria. Centenas de lâmpadas, de extratores de ar, de medidores de temperaturas e de plantas de canábis foram apreendidas. A estufa estava dividida em quatro espaços, cada um com plantas em diferentes fases de maturação e crescimento. A canábis era depois seca e embalada a vácuo em sacos de plástico, para evitar a propagação do odor da droga.
O lucro era quase total porque, para além do investimento inicial em lâmpadas e tecnologias para a produção intensiva de canábis, que consome bastante energia, os indivíduos não gastavam um cêntimo em eletricidade. O equipamento era alimentado através de uma ligação ilegal, a partir de um posto de transformação. A EDP estima o prejuízo em cerca de três milhões de euros. Este processo será julgado à parte.