Nove homens condenados por descarga de quase duas toneladas de haxixe em Milfontes
Nove indivíduos, com idades entre os 27 e os 49 anos, foram esta sexta-feira condenados pelo Tribunal de Beja a penas de prisão, entre os cinco anos e seis meses e os seis anos e seis meses, pela prática de um crime de tráfico de estupefacientes.
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Os arguidos, quatro portugueses, quatro indianos e um paquistanês, foram absolvidos do crime de associação criminosa e viram ainda o tribunal deixar cair a acusação do agravamento do tráfico de estupefacientes, o que pesou na redução da medida das penas.
Os nove homens foram detidos pela Polícia Judiciária (PJ) na madrugada de 11 de julho de 2021, em Vila Nova de Milfontes, Odemira, depois de terem feito a descarga, no Porto de Pesca das Barcas, de quase duas toneladas de haxixe, distribuídos por 56 fardos, que continham 18.142 placas e mil bolotas do estupefaciente.
Na leitura do acórdão, a presidente do Coletivo de Juízes referiu que “foi um dos maiores desembarques de sempre efetuado na região”, que, se tivesse chegado às ruas e face aos preços a que era comercializado o haxixe em Portugal em 2021, os proveitos financeiros da organização seriam superiores a 10,8 milhões de euros.
Todos os condenados residem em Vila Nova de Milfontes. Passaram a integrar e a colaborar com uma organização criminosa que se dedicava a comercializar haxixe produzido e obtido em Marrocos e transportado até à Europa por via marítima. Um dos portugueses usava na faina da pesca o barco em que foi feito o transporte dos fardos de estupefaciente, que era propriedade de outro dos arguidos.
Desde o início de 2021 que grupo era seguido pela PJ, que, no dia que antecedeu a ida do barco a alto mar para carregar a droga, deslocou dezenas de operacionais que levaram ao sucesso da operação. A PJ esperou que a droga fosse transportada para o interior de um furgão e, quando os suspeitos se deslocavam para o local onde iriam esconder os fardos de haxixe, os inspetores prenderam quase todos os arguidos, tendo escapado o indivíduo que tripulava a embarcação e que fugiu por mar para parte incerta, vindo a ser detido posteriormente.
Além das quase duas toneladas de droga apanhadas na madrugada de 11 de julho de 2021, foram ainda apreendidas quatro viaturas e diversos telemóveis. A PJ só conseguiu apreender a embarcação a 1 de fevereiro de 2024.
Os nove arguidos vão aguardar em liberdade o trânsito em julgado do acórdão, mediante termo de identidade e residência (TIR). A defesa vai recorrer para o Tribunal da Relação de Évora, visando a redução e a suspensão das penas.