Nove traficantes libertados devido à greve dos oficiais de justiça em Matosinhos
Nove suspeitos de tráfico de droga, que tinham sido detidos numa operação da GNR, foram libertados, na quinta-feira, dia 4, devido à greve dos funcionários judiciais no Tribunal de Matosinhos.
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As autoridades judiciais temem que os homens, que não estão sujeitos a qualquer medida de coação, possam ameaçar testemunhas consideradas fundamentais no processo.
Os nove indivíduos, com idades entre os 20 e os 70 anos, há cerca de um ano que estavam a ser investigados por tráfico de droga, em Matosinhos e na Maia. Segundo os indícios recolhidos ao longo das diligências, todos integrarão um grupo estruturado que traficava uma quantidade considerável de diferentes tipos de produto estupefaciente nestes dois concelhos.
Na manhã de quarta-feira, o Núcleo de Investigação Criminal de Matosinhos da GNR concluiu a investigação com a realização de 14 buscas domiciliárias, 11 a viaturas e ainda duas em estabelecimentos comerciais.
Apoiados por militares da Unidade de Intervenção, de várias valências do Comando Territorial do Porto e ainda oriundos dos comandos de Aveiro, Braga e Vila Real, os investigadores da GNR apreenderam haxixe, cocaína, MDMA e três armas de fogo. Também apanharam cinco mil euros em notas e três balanças de precisão utilizadas no tráfico.
Perigo de ameaças a testemunhas
Durante a mesma operação, nove traficantes do grupo foram detidos e passaram a noite nos calabouços da GNR. Na manhã de quinta-feira, todos foram levados ao Tribunal de Matosinhos para serem sujeitos a primeiro interrogatório judicial, no final do qual seriam decretadas as medidas de coação.
Contudo, a greve dos funcionários judiciais impediu a realização destas diligências. Sem ter um funcionário judicial para o apoiar, o juiz de instrução viu-se obrigado a adiar a identificação e o interrogatório aos detidos. E, terminado o prazo legal de 48 horas para os sujeitar a interrogatório, teve de os libertar. Às 16 horas, todos os suspeitos saíram pela porta do Tribunal de Matosinhos em liberdade.
Diversas fontes contactadas pelo JN admitem que a libertação dos suspeitos pode pôr em causa a investigação. Alegam que, em liberdade, os traficantes possam ameaçar diversas testemunhas consideradas fundamentais que, perante a intimidação, recuem na colaboração com as autoridades.