A Câmara do Barreiro contesta o destaque que o Relatório Anual da Segurança Interna (RASI) de 2023 deu ao concelho pela criminalidade associada ao tráfico de drogas. “O Barreiro não é um faroeste”, reage o vice-presidente da autarquia, Rui Braga, afirmando que “não se sente insegurança nas ruas”.
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O RASI, da competência do secretário-geral do Sistema de Segurança Interna, diz que o problema da criminalidade grupal associada à venda de drogas a retalho atinge sobretudo as áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, e particulariza a “margem sul do Tejo, principalmente a zona do Barreiro, pelo grande número de ocorrências violentas e graves”. Destaca aqui as “ofensas à integridade física, sequestro e rapto de indivíduos”.
“As autoridades sabem bem que estes grupos não são do Barreiro, mas de outros vizinhos, como do Vale da Amoreira, na Moita”, comenta o vereador do Executivo socialista.
Já este ano, a 6 de agosto, um homem de 19 anos foi morto a tiro em confrontos na Avenida do Movimento das Forças Armadas; e, no ano passado, após as Festas do Barreiro, um homem de 37 foi também alvo de disparos fatais, em mais um ajuste de contas. “Nenhuma das vítimas reside no concelho”, insiste Rui Braga.
Obras para reforçar segurança
O vereador do Executivo socialista entende que a segurança na zona do Barreiro Velho aumentou, com a construção da 5ª Esquadra, inaugurada em 2022. “Foi construída no meio da desordem e afastou daquela zona práticas ilegais, como tráfico e outros crimes. E, a partir de janeiro, está previsto o início de obras, avaliadas em 27 milhões de euros, para requalificar todo o espaço público do Barreiro Velho”, adianta.
A segurança, diz Braga, tem sido prioridade da autarquia. Por isso procedeu, este ano, “à demolição e limpeza integral de locais que eram problemáticos, como a Torralta e a Quinta da Amoreira”, afirma.
Ainda assim, o autarca pede mais investimento da tutela das forças de segurança, designadamente, num novo quartel da GNR na Cidade Sol, outra zona problemática. “O antigo quartel tem sido alvo de queixas, por falta de condições, e a autarquia já apresentou um espaço para a construção de um novo, maior e dotado de mais condições”, afirma.