Os polícias da PSP, os militares da GNR e os guardas prisionais estão há mais de duas semanas em protestos por todo o país. Exigem melhores salários e condições de trabalho.
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Quais são as queixas dos Polícias?
Os elementos da PSP, GNR e Guarda Prisional queixam-se, sobretudo, de salários baixos e de falta de condições de trabalho. São reivindicações antigas, mas após a decisão de atribuir um suplemento de missão aos colegas da Polícia Judiciária, espoletou-se uma onda de protestos por tratamento desigual.
Mas, afinal, quanto recebem?
Quando entram na carreira, os polícias e guardas prisionais recebem 961 euros, o que não é muito mais do que o salário mínimo. O suplemento de risco tem uma componente fixa de 100 euros para todos os elementos das forças de segurança e outra componente de 20% do salário base para todos os elementos das forças de segurança. Quer isso dizer que, atualmente, no início de carreira de agente ou de guarda o suplemento base tem o valor de 292 euros. O valor do suplemento vai subindo conforme os níveis remuneratórios e as carreiras a que os elementos pertencem.
Os elementos das forças de segurança auferem outros suplementos e subsídios como: na GNR suplemento de ronda ou patrulha, suplemento de escala, suplemento de prevenção, suplemento de comando e comparticipação na aquisição de fardamento, podendo ainda ser atribuído o suplemento de residência e suplemento especial de serviço.
Na PSP, existe o suplemento de patrulha, suplemento de turno, suplemento de piquete, suplemento de comando, comparticipação na aquisição de fardamento, podendo ainda ser atribuído o suplemento de residência e suplemento especial de serviço.
Já na PJ, o complemento salarial subiu recentemente para os 967 euros brutos.
Porquê a diferença salaraial?
À partida, não deveria haver. Acontece que a PJ e a Guarda Prisional depende do Ministério da Justiça e a PSP e GNR do Ministério da Administração Interna.
Acresce como diferença que as carreiras na Polícia Judiciária possuem grau de complexidade 3, que é comparável à carreira de oficial na GNR e na PSP.
José Luís Carneiro defende que os salários dos polícias têm vindo a ser aumentados e vão subir mais até 2026, com um aumento de 20% para todas as forças de segurança.
Quem está a organizar os protestos?
Começou com Pedro Costa, um agente da PSP que, em vez de ir para o Aeroporto de Lisboa, onde trabalha, decidiu rumar para a Assembleia da República, explicando num vídeo que estava farto de não receber o suficiente para as tarefas que desempenha. Após tal situação, gerou-se um movimento de solidariedade que culminou na quarta-feira com 10 mil polícias nas ruas do Porto.