Quase 24 horas depois, continua em fuga o homem de 33 anos que ontem, quarta-feira, matou a tiro três pessoas junto a uma barbearia, no Bairro do Vale, na Penha de França.
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Quem são as vítimas?
Carlos Pina, barbeiro e proprietário da "Grande Pente", e Bruno Neto e Fernanda Júlia, um casal com cerca de 30 anos que se encontrava à porta do espaço, foram as vítimas do crime. De acordo com informações recolhidas pelo JN, o primeiro a ser morto foi Carlos (que tinha cinco filhos, incluíndo uma bebé), executado ainda dentro do estabelecimento. O atacante saiu depois da barbearia e baleou mortalmente o casal, que estava no passeio e deixa órfã uma filha de tenra idade. A mulher tinha outro filho, de 12 anos, de uma relação anterior.
Qual foi o motivo?
O ataque à queima-roupa, disseram testemunhas às autoridades, terá acontecido por o barbeiro se ter recusado a cortar de imediato o cabelo ao homicida, por queria ir almoçar.
Quem é o suspeito?
O suspeito, apurou o JN, vive no bairro do Vale, tem cadastro por crimes menores, sofre de esquizofrenia e estava a ser acompanhado no hospital psiquiátrico Júlio de Matos. Depois de cometer o crime, terá entrado num jipe verde, da marca Land Rover, no qual fugiu com dois familiares, que não terão participado no triplo homicídio.
Houve demora no socorro?
Relatos no local dão conta que o socorro terá demorado cerca de 40 minutos a entrar no bairro onde o ocorreu o crime, tendo as manobras sido realizadas por polícias de uma esquadra da PSP situada a 350 metros de distância do local. Contactado pelo JN, o INEM recusa, no entanto, que tenha havido atraso na assistência às três vítimas. Ainda assim diz que, no local, houve "um impasse" até que as equipas recebessem autorização das autoridades para acederem em segurança ao perímetro do crime.
Prometidas juras de vingança?
O crime deixou em choque os moradores do Bairro do Vale, uma urbanização de mais de duas dezenas de prédios ao longo da Rua Henrique Barrilaro Ruas, numa encosta da Penha de França. Dois automóveis, alegadamente propriedade dos familiares dos suspeitos do triplo homicídio, foram ontem à noite incendiados naquela rua, onde horas antes ocorreu o triplo homicídio. O acesso à área teve inclusive de ser cortado devido às explosões das viaturas, que acabaram por arder por completo, sem causar feridos. Nas redes sociais foram prometidas retaliações contra o suspeito, que vive perto da barbearia, os familiares que o ajudaram a fugir e outros sem ligação ao crime.
Quem assumiu a investigação?
Depois do ataque, a PSP criou um perímetro de segurança em torno da barbearia, mas, dada a natureza do crime, a investigação passou para a alçada da Polícia Judiciária (PJ). Ontem à tarde, inspetores da PJ estiveram no local, apoiados por um forte contingente policial. Foram também à casa da família do suspeito, a poucos metros de distância. As buscas prosseguem.