Um grupo de cidadãos está a organizar uma campanha de angariação de fundos para custear as taxas de justiça e os honorários de uma advogada de um casal de militares da GNR que, em janeiro deste ano, foi agredido por um homem que, momentos antes, tinha acusado uma taxa de álcool no sangue considerada crime. Um dos guardas chegou a ficar desfigurado e viu parte do nariz mutilado após ser atacado à dentada.
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O caso aconteceu a 13 de janeiro deste ano quando um cidadão foi identificado durante uma operação policial de rotina por dois militares da GNR. Na altura, acusou uma taxa de álcool no sangue superior a 1,2 g/l e, por isso, foi levado para o posto territorial da GNR de Beja para fazer a contraprova. Lá, antes de ser submetido ao teste de confirmação, o homem empurrou Carlos Dias e começou a mordê-lo, chegando a arrancar-lhe a ponta do nariz. A mulher de Carlos, Susana, também ela militar, encontrava-se no posto de atendimento e foi igualmente agredida no pescoço e pontapeada.
Agora, dois meses depois do sucedido, um grupo de cidadãos que apoia as forças de segurança decidiu organizar uma campanha de angariação de fundos para ajudar o casal, receando que as ajudas do Estado cheguem "tarde e a más horas". Para tal, abriram uma conta bancária em nome dos militares, na GNR há mais de 20 anos. O objetivo é angariar cinco mil euros em donativos que serão usados para pagar despesas jurídicas, "nomeadamente taxas de justiça e pagamento de honorários".
"Se no final do processo, existir remanescente, o valor será doado a uma instituição ou a outros elementos das forças de segurança que entretanto possam também necessitar de ajuda", lê-se na publicação na Internet.
Tratamentos continuam
Depois de ser brutalmente agredido, o militar foi levado para o Hospital de Beja e, mais tarde, transportado para o São José, em Lisboa, onde continua a ser acompanhado. Foi alvo de duas intervenções e, pela frente, estão previstas mais cirurgias de reconstrução e estéticas. Juntamente com a mulher, está de baixa médica e a ser acompanhado psicologicamente.
O JN apurou que os militares em questão são representados por uma advogada, que mostrou interesse em estar à frente do caso. No entanto, por ser externa à instituição, a GNR não paga os honorários.
Marcelo foi ao hospital
O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, chegou a visitar Carlos Dias no hospital. Antes, tinha destacado, numa nota no site da Presidência da República, "a coragem, a abnegação e a responsabilidade das forças de segurança".