A Polícia Marítima está a coordenar com polícias europeias uma mega operação de combate à exploração de mão de obra ilegal e tráfico de seres humanos no âmbito da apanha ilegal de amêijoa no Rio Tejo.
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A operação decorre no Montijo, Alcochete, Almada e Setúbal, onde estão a ser realizadas dezenas de buscas, apurou o JN.
Estão empenhadas várias autoridades policiais, entre as quais as polícias holandesas e espanholas, a Europol e o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF). A ação é coordenada pelo Serviço de Investigação Criminal do Comando Regional Centro da Polícia Marítima.
A amêijoa capturada no Tejo é ilegal por razões de saúde. As toxinas tornam-na imprópria para consumo mas, todos os dias, centenas de mariscadores se dedicam à sua apanha. O bivalve é depois levado em carrinhas para Espanha, onde é introduzido no mercado de consumo.
As pessoas que se dedicam à apanha da amêijoa japónica são vítimas de tráfico de seres humanos por redes que as trazem para Portugal, alojam-nas em habitações precárias e fazem-nas trabalhar todos os dias para apanhar amêijoa no Tejo, mais precisamente no Samouco. As vítimas são, na sua maioria, tailandeses e romenos.
Ao longo dos anos, muitas carrinhas que partem com amêijoa em direção a Espanha têm sido alvo de fiscalização pelas autoridades. Os bivalves não dispõem de documentação que permite determinar a sua origem e rastreabilidade, e são apreendidos. Os condutores são alvos de contraordenação.