Operação no Pinheiro Torres e Pasteleira com três detidos. Tráfico mudou-se para Viso e Ramalde
Durante cinco dias, polícias patrulharam, de forma permanente, os bairros Pinheiro Torres e Pasteleira Nova
Foto: Igor Martins
Durou cinco dias a operação musculada da PSP nos bairros Dr. Nuno Pinheiro Torres e Pasteleira Nova, no Porto. A ação policial que o Comando Metropolitano do Porto classificou como sendo de "prevenção criminal" foi concluída no último domingo, com três detenções e a apreensão de dois carros. Tal como aconteceu no passado, a intervenção da PSP deslocou o tráfico de droga para outros locais da cidade, com especial incidência nos bairros de Ramalde e Viso. Novas operações de grande envergadura poderão repetir-se.
Passavam poucos minutos das 9 horas de quarta-feira da semana passada quando duas carrinhas da Unidade Especial de Polícia (UEP) irromperam pela Rua Dr. Nuno Pinheiro Torres e pararam em frente ao Bloco 10 do conjunto de edifícios do bairro com o mesmo nome. Outros três automóveis policiais fizeram o mesmo e a artéria ficou povoada de agentes. Minutos depois, também o Bairro da Pasteleira Nova ficou sob vigilância intensiva de elementos das Equipas de Intervenção Rápida, da UEP e até da Divisão de Trânsito.
Nessa manhã, o intendente José Alves explicava que a operação em curso era "de prevenção criminal" e visava "manter a ordem e aumentar o sentimento de segurança" em dois bairros conotados com o tráfico e consumo de droga. "Vamos ficar aqui dia e noite, o tempo que entendermos que seja necessário", avisava o oficial da PSP.
Carros sem seguro
Durante cinco dias, dezenas de polícias patrulharam, 24 horas diárias, os dois bairros, até que, na noite de domingo, a operação foi dada como concluída. Ao longo deste período, a PSP deteve três homens nos bairros. Dois estavam na posse de pequenas quantidades de droga e outro foi apanhado a conduzir sem carta de condução. Foram, igualmente, apreendidos dois carros por estarem a circular sem seguro.
A operação musculada levada a cabo pela PSP suspendeu o intenso tráfico de droga que decorria entre o Pinheiro Torres e a Pasteleira Nova. Mas não acabou com a venda de cocaína e heroína no Porto, pois, como confirma fonte policial, o tráfico de droga acentuou-se noutros bairros da cidade. "Registou-se um movimento anormal de pessoas e carros em Ramalde e no Viso. Os consumidores do Pinheiro Torres e da Pasteleira mudaram-se para outros locais", descreve.
Neste contexto, novas operações policiais poderão ter lugar em Ramalde e no Viso, mas também no Pinheiro Torres e Pasteleira Nova, uma vez que, com a saída da PSP, antecipa-se o rápido regresso do tráfico a estes dois bairros. "Sempre que se justifique serão feitas intervenções", garante fonte da PSP.
Agressor de polícia não foi detido
A operação da PSP iniciou-se três dias após confrontos entre polícias e moradores dos dois bairros. Tal como o JN avançou, uma Equipa de Intervenção Rápida decidiu abordar dois homens que permaneciam no interior de um carro estacionado no Pinheiro Torres. Os alvos terão reagido com violência e quem estava sentado no lugar do pendura da viatura agrediu um dos agentes.
Os elementos da Equipa de Intervenção Rápida avançaram, então, para a detenção do agressor, mas terão sido impedidos por moradores do bairro que, rapidamente, foram ao seu encontro e o agressor do polícia fugiu.
O JN apurou que, apesar de identificado, o suspeito não foi detido e só o será se o Ministério Público emitir mandado no âmbito da investigação que está a decorrer.