A Comissão dos Direitos Humanos da Ordem dos Advogados manifestou "total repulsa" pela divulgação das fotografias da detenção de três homens que tinham fugido do Tribunal de Instrução Criminal do Porto.
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Contactado pela agência Lusa, o vice-presidente da Comissão, João Barroso Neto, fez uma primeira reação, "sem prejuízo de tomada de posição mais desenvolvida, em breve".
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Aquele órgão colegial manifestou "total repulsa por qualquer demonstração e/ou imagem que ponha em causa a dignidade da pessoa humana".
Questionado sobre se a entidade irá desencadear alguma ação sobre o caso, o vice-presidente da Comissão disse que eventuais medidas serão "ponderadas".
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Nas fotografias divulgadas é possível ver os três homens no momento da detenção, já algemados, sentados no chão.
Os três suspeitos de dezenas de furtos a idosos no Grande Porto fugiram do Tribunal de Instrução Criminal (TIC) na quinta-feira à tarde, depois de um juiz de instrução lhes decretar prisão preventiva.
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Após a fuga, as autoridades policiais desencadearam uma operação de captura, alertando então que os foragidos eram considerados perigosos e estavam "potencialmente" armados.
Na sequência da divulgação das imagens, o ministro da Administração Interna determinou a abertura de um inquérito às circunstâncias em que ocorreu a fuga dos três homens, e sobre a divulgação de fotografias das suas detenções.
A PSP também já tinha anunciado a abertura de um inquérito para apurar "se houve, ou não, falhas" policiais na fuga dos três detidos, bem como um outro inquérito sobre a divulgação de fotografias no momento da detenção.
Os arguidos são dois irmãos gémeos, de 35 anos, mais um cúmplice, de 25, com antecedentes criminais, que foram presentes ao juiz de instrução depois de terem sido detidos em flagrante delito na terça-feira em Baguim do Monte, no concelho de Gondomar.
Os três homens foram detidos na sexta-feira, pelas 17.30 horas, num parque de campismo em Gondomar, tendo em sua posse 40 mil euros em notas de 500 euros.