Um espanhol ligado a retiros espirituais foi detido, no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, na Maia, por tráfico de produto alucinogénio. O homem, de 48 anos, encomendou, através de um comparsa português, dois quilos de pasta de DMT, uma poderosa substância usada para fazer chá Ayahuasca.
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O traficante seria libertado, no último sábado, depois de pagar uma caução de dois mil euros.
Segundo o JN apurou, o espanhol organiza retiros espirituais, no país vizinho, nos quais os participantes ingerem substâncias com efeitos psicoativos para entrar em transe e, desse modo, conseguirem “libertar a mente”. Uma dessas substâncias é a Dimetiltriptamina, vulgarmente conhecida por DTM e muito utilizada para fazer chá de Ayahuasca, produto muito popular neste tipo de eventos.
A DTM é extraída das folhas de plantas só existentes em países da América Central e do Sul e, por esse motivo, o espanhol encomendou dois quilos de pasta desta substância do Peru, quantidade suficiente para milhares de doses individuais.
Porém, para afastar suspeitas, não pediu que a encomenda postal fosse entregue diretamente na sua residência, mas que esta fosse enviada para a habitação de um português, a viver no Grande Porto e que foi convencido a integrar o esquema delineado.
Pagou caução de dois mil euros para ficar em liberdade
No âmbito desse plano, vários frascos chegaram ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro em meados de março como contendo, explica a Polícia Judiciária (PJ), “um pigmento natural para pintura”, mas a Autoridade Tributária e Aduaneira desconfiou da descrição ainda com o produto no aeroporto. Foi, então, alertada a PJ do Porto, que rapidamente confirmou que os frascos não continham qualquer “pigmento natural para pintura”, mas guardavam dois quilos de DTM.
A investigação que se seguiu permitiu concluir que o português identificado nos documentos não era o destinatário final de uma encomenda feita por um espanhol e este último suspeito passou a estar sob monitorização constante. Desse modo, quando, no último sábado, chegou ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro para recolher os frascos com a droga foi imediatamente detido.
No mesmo dia foi levado a tribunal e, no final do primeiro interrogatório judicial, libertado mediante o pagamento de uma caução de dois mil euros. Ficou, igualmente, proibido de contactar com o comparsa português.