A Polícia Judiciária deteve ontem, quinta-feira, um médico por suspeita de abuso sexual sobre dois menores, de 8 e 10 anos, atendidos no serviço de urgência do Hospital de Vila Nova de Famalicão.
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Um dos alegados crimes ocorreu em abril e outro há cerca de uma semana, sendo o suspeito um médico ortopedista residente no Porto, que não pertence ao quadro de pessoal do hospital. Foram as famílias das crianças que se queixaram do comportamento do clínico.
Segundo infomações recolhidas pelo JN, estão em causa "toques", a que é atribuído relevo criminal pela Polícia Judiciária de Braga, que fala na "eventual prática de dois crimes de abuso sexual".
O suspeito, de 69 anos, não terá antecedentes criminais, não se conhecendo, também, outras queixas contra o mesmo.
A Polícia Judiciária tinha previsto que o suspeito fosse apresentado a um juiz de instrução criminal de Famalicão nesta sexta-feira de manhã, para primeiro interrogatório judicial e eventual aplicação de medidas de coação, mas é provável que a diligência não se realize, porque os oficiais de justiça estão a cumprir greve, por melhores condições de trabalho. Os suspeitos de crimes têm de ser apresentados a um juiz no prazo máximo de 48 horas após a sua detenção, sob pena de terem de ser libertados.
Clíníco suspenso ainda antes de ser detido
O conselho de administração do Centro Hospitalar do Médio Ave, presidido por António Barbosa, já reagiu ao caso. Em comunicado, adiantou que suspendeu o médico ortopedista indiciado de abuso sexual de duas crianças e abriu um inquérito interno urgente.
Assumiu que, no passado dia 19, soube de "um alegado comportamento impróprio, ocorrido nesse mesmo dia, de um médico prestador de servicos no Serviço de Urgência Médico-Cirurgica da Unidade Hospitalar de Famalicão". De imediato, suspendeu a atividade do referido profissional, garantiu o Centro Hospitalar.
Este "determinou igualmente a abertura de um processo de inquérito urgente, que está a decorrer e do qual se esperam melhores esclarecimentos sobre os factos ocorridos no referido episódio de urgência".