Um homem do Cartaxo fez queixa contra desconhecidos por extorsão, depois de ceder a ameaças sobre a partilha de imagens íntimas suas. Transferiu mais de 30 mil euros para três contas. O Ministério Público propôs a apreensão destas contas, mas tal não foi autorizado, a semana passada, pelo Tribunal da Relação de Évora.
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Após ter trocado no Messenger, com supostas mulheres, mensagens, fotografias e vídeos de teor sexual, em que também mostrava a cara, um homem começou a receber, no WhatsApp, telefonemas e mensagens de três números, contendo ameaças de que as fotografias e os vídeos iriam ser divulgados caso não efetuasse vários pagamentos. Os três números de telefone associados àquelas contas WhatsApp têm o indicativo de Angola. Receando que os suspeitos concretizassem as suas ameaças, o ofendido fez várias transferências para diferentes contas bancárias, no valor total de 33.900 euros. Uma delas ainda foi revertida e o homem conseguiu recuperar cinco mil euros.
Arrependida de ter cedido, a vítima apresentou depois queixa contra desconhecidos e, a seguir, o Ministério Público solicitou a apreensão dos saldos existentes nas contas bancárias para onde foram feitas as transferências. Mas o requerimento foi indeferido, a 15 de fevereiro, pela juíza de instrução criminal do Tribunal de Santarém, que, em síntese, considerou não estar "suficientemente indiciado" que os valores transferidos fossem "produto de facto criminalmente ilícito."