O pai de um jovem morto depois de uma discussão com a namorada na Figueira da Foz contou, esta quinta-feira, ao Tribunal de Coimbra, que não havia nada na relação que indicasse que o casal se dava mal. A arguida não conseguiu prestar declarações.
Corpo do artigo
"Tiveram uma desavença antes, mas nada indicava que houvesse problemas naquela relação", assinalou o homem, recordando um episódio em que o filho tinha saído da casa onde vivia com a namorada.
15358229
No dia da morte do filho, a mãe da vítima foi contactada pela namorada do filho, a indicar que este se estava a sentir mal. Ao chegar a casa do casal, o pai, que tinha estado com ambos horas antes, viu a vítima já sem vida, com o colchão coberto de sangue. "Ela nunca me explicou o que aconteceu", contou.
Segundo a acusação do Ministério Público, o crime foi cometido, em março de 2021, depois de uma festa em que a arguida e a vítima consumiram álcool e se envolveram numa discussão com agressões mútuas. Na escalada do conflito, a jovem pegou numa faca de cozinha e, durante a luta, espetou a faca na coxa esquerda do namorado, provocando-lhe uma ferida com cerca de dez centímetros de profundidade, que atingiu a veia femoral, provocando-lhe um choque hemorrágico.
Esta quinta-feira, a arguida, de 22 anos, acedeu a prestar declarações ao Tribunal, mas desistiu pouco depois por não conseguir falar. Passou toda a audiência em lágrimas.
Mãe era contra a relação
Ouvida pelo Tribunal, a mãe da arguida admitiu que era contra a relação da filha com a vítima. "Via-se que gostavam muito um do outro, mas só o amor não chegava", apontou, completando que a filha se afastou da restante família e não saía de casa.
A arguida a não está sujeita a nenhuma medida de coação privativa da liberdade e, entretanto, saiu da Figueira da Foz, trabalhando, atualmente, numa pastelaria de Oliveira do Bairro, no distrito de Aveiro.