Pai e irmã gémea da grávida da Murtosa querem pena máxima para suspeito de homicídio
O pai e a irmã gémea da grávida desaparecida da Murtosa, que a Polícia Judiciária garante ter sido assassinada, querem pena máxima de 25 anos de prisão para o único suspeito do crime, Fernando Valente, que está a ser julgado em Aveiro.
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Ontem, à saída do Palácio da Justiça, onde as suas inquirições foram adiadas para quarta-feira, o pai, Alfredo Silva, e a irmã gémea, Sara Silva, disseram ao JN que "só a pena máxima fará justiça" nos crimes de Mónica Silva, mas escusaram-se a fazer mais declarações, antes de falar em tribunal sobre o caso, enaltecendo o trabalho da PJ no caso. A sessão de ontem do julgamento que decorre à porta fechada foi dedicada a ouvir o inspetor que liderou a investigação.
Ouvido em tribunal na segunda-feira, o empresário e economista Fernando Valente, de 37 anos, reforçou no essencial o que declarara já à juíza de instrução criminal, em novembro de 2023, quando ficou em prisão preventiva e depois domiciliária. Os jornalistas e o público foram impedidos de assistir ao julgamento, mas, segundo apurou o JN, o arguido decidiu falar acerca do caso e voltou a negar que fosse o pai do feto com sete meses.
Fernando Valente reiterou que apenas manteve relações sexuais com Mónica Silva nos primeiros dias de janeiro de 2023, pelo que, segundo as suas contas, nunca poderia ser o pai. Desde então, terão mantido apenas relações sexuais virtuais, uma versão que o Ministério Público nunca aceitou, "uma vez que o arguido e a vítima moravam perto um do outro".
Depois de Fernando Valente terminar o seu depoimento, foram ouvidas as declarações (gravadas para memória futura) do filho mais novo da vítima, que confirmou o relacionamento da mãe com o arguido Fernando Valente. O rapaz, agora com 13 anos, foi inquirido em dezembro de 2023, dois meses e meio depois de a mãe ter sido dito aos dois filhos menores que ia só "tomar um café", mas nunca mais ter voltado.
No seu depoimento, o rapaz, então com 11 anos, afirmou na presença de uma juíza de instrução que a mãe "falava muito com o Fernando", referindo-se ao arguido. Disse ter assistido às conversas em alta voz e ainda trocas de mensagens "com o Fernando", dizendo que não conhecia nenhum outro relacionamento amoroso à mãe.