O pai a quem a Justiça confiou, em 2015, duas filhas com base em mentiras de técnicas da Segurança Social (SS) vai ser julgado no Tribunal de Lisboa por um crime de violência doméstica cometida contra as menores. As crianças já vivem com a mãe.
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O homem, de 42 anos, residente na Ajuda, em Lisboa, já foi condenado por um crime de violência doméstica perpetrado contra a ex-mulher, mãe das crianças. Na altura, essa investigação não impediu que a Justiça lhe confiasse a guarda das crianças por causa das mentiras de duas técnicas da SS, que acabaram por ser condenadas por falsas declarações. Este caso ainda está em recurso.
Recentemente, o Ministério Público acusou o homem de dois crimes de violência doméstica. Foi requerida a abertura de instrução, em que o pai alega nunca ter batido nas filhas e que estas estão a ser manipuladas pela mãe, num quadro de conflito parental.
Porém, o juiz de instrução criminal de Lisboa entendeu existir prova suficiente para levar o pai a julgamento nos exatos termos da acusação.
O caso das técnicas da SS remonta a 7 de dezembro de 2015, dia em que o pai das duas meninas mais novas deveria ter recolhido a filha no jardim-de-infância de uma delas, no concelho de Oeiras, para passar umas horas consigo. Só que Ana Maximiano decidiu chegar mais tarde com as crianças, numa altura em que quer o progenitor quer as técnicas da Segurança Social que deveriam mediar a entrega já se tinham ido embora
O momento acabou por dar origem, ao longo dos anos, a vários processos em diversos tribunais e levou à suspensão, logo em 2015, do processo para regular a guarda das duas meninas mais novas que, à data, corria na Justiça. Em 2018, este processo foi retomado e só em dezembro de 2021 chegou ao fim.
As meninas regressaram, nessa altura, a casa da mãe - para onde a irmã mais velha já voltara dois anos antes após suspeitas de maus-tratos - e passaram a contactar com o pai com a regularidade que, até então, contactavam com a progenitora.