Os pais das gémeas luso-brasileiras Maitê e Lorena querem ser ouvidos pela Justiça e pela Comissão de Inquérito que está a avaliar a forma como as meninas, portadoras de atrofia muscular espinhal, tiveram acesso a consultas no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, e, posteriormente, à toma do medicamento Zolgensma.
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“As meninas estão a ser usadas como capa de revista para um processo que não tem nada a ver com justiça e os pais nunca foram ouvidos apesar de se terem disponibilizado para isso”, protestou, ao JN, Wilson Bicalho, o advogado da família que, desde há um ano, vive no Brasil.
De acordo com representante legal, Daniela Martins, a mãe das meninas está disposta a vir presencialmente a Lisboa para ser ouvida na Assembleia da República e pela Polícia Judiciária. “É só marcar uma data que ela vem”, garantiu Bicalho. Também Samir Assad Filho, pai das crianças, poderá viajar para Portugal caso seja chamado a depor.
A família tem mostrado grande renitência a viajar com as meninas para Portugal, alegando questões de segurança e xenofobia, por causa das muitas notícias que têm vindo a público sobre alegada interferência do presidente da República. A última consulta médica das gémeas no Hospital de Santa Maria foi online, depois de o tribunal ter aceitado um pedido dos pais invocando questões de segurança para não viajar para Lisboa.
“A mãe está 100% disponível para contar aos deputados e à Justiça a vinda das filhas para Portugal e o tratamento médico que receberam”, finalizou o advogado, reafirmando que todo o processo decorreu “dentro da legalidade”.