Os pais do Manuel Gonçalves, conhecido como Manu, o jovem de 19 anos, que foi assassinado dia 12 de abril à porta do Bar Académico (BA) da Universidade do Minho, em Braga, lançaram hoje, no dia em que faria 20 anos, uma petição pública na internet, pedindo o encerramento definitivo do espaço.
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Com o título “A Morte do Manu Não Pode Ser Esquecida”, os progenitores pedem, além do encerramento definitivo do Bar da Associação Académica da Universidade do Minho, a criação de normas claras e fiscalização rigorosa sobre os espaços de diversão ligados ao meio académico e um compromisso real com a segurança dos jovens e com a cultura de respeito dentro da comunidade universitária.
“Se esta morte não servir para mudar nada, então Manu morreu em vão. E nós falhámos enquanto sociedade”, acentuam. E acrescentam: “O Manu morreu ao tentar proteger uma jovem de 16 anos de um predador que lhe tentava pôr numa bebida uma droga conhecida como “Boa Noite Cinderela”. Morreu como um herói. E, no entanto, morreu sozinho, abandonado por um sistema que permitiu que aquilo acontecesse”.
A petição salienta que “o BA, que devia ser um espaço seguro de convívio entre estudantes, transformou-se num palco de violência, permissividade e perigo. A cultura do álcool fácil, da impunidade, da falta de vigilância e da tolerância a comportamentos criminosos tornou-se parte da rotina. Até que alguém morreu”.
Diz ainda que “O Bar Académico está, por agora, encerrado", para rematar: "Não podemos aceitar que volte a abrir como se nada tivesse acontecido. Não podemos permitir que a morte de Manu se transforme em mais um caso esquecido, abafado, ignorado”.
Várias queixas
Recorde-se que a alegada entrega da garrafa com droga à jovem deu origem a um desaguisado no interior do BA, entre dois grupos – o dos amigos da jovem e o dos que ofereceu a garrafa – que acabou na morte de um deles, Manu, pelas 5 horas, à porta do estabelecimento.
O alegado autor do crime, Mateus Marley Machado, de nacionalidade brasileira, veio a ser identificado por testemunhas e detido pela PJ/Braga, encontrando-se preso preventivamente por decisão do Tribunal de Instrução de Guimarães.
Além do inquérito-crime em torno do homicídio, os pais do malogrado jovem e a mãe da rapariga queixaram-se ao Ministério Público de Braga da alegada “conduta negligente da Associação Académica da Universidade do Minho, “responsável pelo funcionamento do “BA”, e também do “empresário responsável pela gestão do referido bar”.