Corpo de mulher encontrado na banheira pela filha de 14 anos. Antes do ataque, suspeito disse às colegas da vítima que "podiam despedir-se dela".
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Uma mulher de 44 anos foi morta, na madrugada de sábado, pelo ex-companheiro no apartamento em que vivia, no centro da cidade de Torres Vedras. Heila Lopes foi encontrada pela filha de 14 anos, por volta das 5.30 horas, na banheira e com sinais de estrangulamento. Poucas horas antes, o suspeito, pastor de profissão, terá dito às colegas da vítima que podiam "despedir-se dela", contou ao JN um vizinho sob anonimato.
Os relatos das ameaças frequentes de António - também conhecido por "Zé das Cabras" - a Heila são comuns a todas as ex-colegas da vítima. Algumas contam mesmo que este era "um receio antigo" desde que a relação entre os dois havia terminado, situação que o homem de 55 anos não aceitava.
Segundo um testemunho local, ao início da madrugada António terá estado no bar que Heila geria há pouco tempo e, a certa altura, terá dito às colegas: "Podem despedir-se dela". Inicialmente, não o terão levado a sério, mas, por volta das cinco da manhã, preocupada, uma das amigas ligou à filha e pediu-lhe que fosse a casa e procurasse a mãe "por toda a parte". "Se não a encontrares, liga para a Polícia", disse.
Antecedentes violentos
Contam os vizinhos que acordaram com os gritos da jovem de 14 anos, após deparar com o cenário macabro: a mãe morta na banheira. Presume-se que, após sair do bar, o alegado homicida tenha esperado a vítima junto à casa desta e cometido o crime.
De seguida, terá fugido para sua casa, na localidade rural de Ventosa, a 10 quilómetros de Torres Vedras. Foi aí que acabou detido pela GNR.
Segundo as amigas da vítima e os vizinhos, "Zé das Cabras" já tinha antecedentes de violência doméstica. Terá sido isso mesmo que o levou à separação da mulher com quem esteve casado e de quem tem um filho. "Uma vez até ameaçou uma vizinha que a matava, quando esta lhe pediu para impedir que as cabras dele invadissem o seu terreno", conta um vizinho.
Fonte policial adiantou que o suspeito pagava favores sexuais a Heila, quando se encontrava com esta. A vítima trabalhou durante vários anos num conhecido bar noturno da cidade.
Além da filha de 14 anos, com quem vivia, Heila Lopes deixa um rapaz de 20, atualmente a estudar e a residir em Lisboa.