O proprietário de uma confeção de Lousada, com 60 anos, agrediu, perseguiu e ameaçou uma funcionária, com metade da sua idade. Para a forçar a manter relações sexuais, o empresário, que é casado, também espalhou panfletos com uma fotografia íntima da vítima pelos locais que esta frequentava.
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Foi detido pela Polícia Judiciária do Porto, esta terça-feira, por crimes de violação, ofensas à integridade física, ameaças e devassa da vida privada. Após passar pelo tribunal, ficou impedido de contactar a ex-funcionária e obrigado a apresentar-se todos os dias no posto da GNR.
A mulher, que também é casada, foi trabalhar para a confeção lousadense em 2020 e, já no ano seguinte, começou a ter uma relação mais próxima com o patrão. Os primeiros contactos foram através de mensagens de telefone, mas já no verão desse ano aconteceu um encontro de cariz sexual.
No motel, o sexagenário tirou uma fotografia íntima à amante, mas prometeu guardá-la para si. Contudo, quando, em novembro de 2021, a mulher recusou continuar com o caso extraconjugal, o patrão ameaçou revelar a imagem.
O que fez já no ano passado. O empresário imprimiu a fotografia e espalhou cópias junto a cafés que a vítima frequentava. A mesma imagem foi lançada ao chão das ruas perto da habitação da operária.
Sem nunca aceitar o fim do relacionamento, o dono da fábrica também perseguiu e agrediu a funcionária. Algumas das agressões tiveram lugar na própria fábrica, onde a vítima se manteve a trabalhar.
Vítima cedeu à pressão
Devido à pressão sofrida, a mulher aceitou mais dois encontros sexuais ao longo do ano passado. Mas como nada mudou, em setembro apresentou queixa na GNR de Lousada. E em outubro despediu-se da fábrica.
As perseguições, ameaças e agressões, porém, não terminaram. O agora antigo patrão exigia que os encontros sexuais continuassem e prometia continuar a espalhar por familiares, amigos e vizinhos as imagens íntimas se a vítima não cedesse às suas pretensões.
Tudo terminou esta terça-feira, quando a Polícia Judiciária do Porto, que entretanto assumiu a investigação do caso, avançou para a detenção do sexagenário.
Ao final da tarde, o detido foi interrogado e libertado. Mas não pode contactar a ex-funcionária.