O Ministério Público alegou, nesta segunda-feira, que Fernando Castro não quis matar o gerente do “Granada Night Club” quando, em março de 2023, disparou contra a porta do estabelecimento do Porto. Mesmo assim, o procurador defendeu que tem de ser condenado a prisão efetiva por tentativa de homicídio.
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Crime cometido não sobre o gerente, mas sobre o cliente que, já no interior do bar, foi baleado por outro tiro.
“É claro que apontou e disparou a arma, mais do que uma vez, em direção ao Ricardo. Não se percebe que diga que só quis assustar”, justificou o procurador.
Pistola "pouco letal"
Também nesta segunda-feira, Fernando Moura, advogado de Fernando Castro, 46 anos, sustentou posição diferente. “Vou pedir a absolvição do arguido”, anunciou, logo no início das alegações finais do julgamento, que decorre no Tribunal São João Novo.
Para o causídico, foi Fernando Castro quem correu “risco de vida” ao ser “agredido de forma inacreditável”, antes de disparar contra a porta do “Granada” e atingir o gerente. “Não houve qualquer dolo”, frisou.
Depois, Fernando Moura referiu que os tiros que atingiram Ricardo, foram dados com “uma arma 6.35mm, alterada, que não tem grande poder letal”. E, também aqui, “nunca houve intenção de matar”, afirmou.
Neste cenário, Moura declarou que Fernando Castro até poderia ser condenado por um crime de ofensa à integridade física, mas, como a vítima nunca formalizou a queixa, tal não pode legalmente acontecer.
Recorde-se que, tal como o JN avançou, Fernando Castro está acusado de dois crimes de tentativa de homicídio. Segundo a acusação do MP, Fernando, para vingar as agressões sofridas à porta da boate, entrou no “Granada Night Club” de pistola em punho e com a intenção de matar todos os que, momentos antes, o tinham atacado. Entre pessoas a fugir e a esconderem-se onde era possível, baleou o gerente do espaço de diversão noturna e um dos clientes.