Pedro Calado, o ex-presidente de Câmara do Funchal que renunciou ao mandato após ter sido detido por suspeitas de corrupção, quebrou este sábado o silêncio e falou aos jornalistas na Madeira, afirmando que não tenciona exercer qualquer cargo público.
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Numa curta declaração, à saída do aeroporto Cristiano Ronaldo, na Madeira, Calado começou por agradecer o trabalho de todos os envolvidos no caso, como os inspetores da Polícia Judiciária, elementos da PSP e guardas prisionais, sem esquecer o pessoal do tribunal e os seus advogados de defesa, além do juiz de instrução criminal, cujo trabalho qualificou de exemplar.
"Estamos convictos de que não cometemos qualquer ilegalidade que consta naquela acusação", declarou aos jornalistas.
Recusando-se a responder a perguntas sobre as suspeitas de corrupção do Ministério Público (MP), Calado não criticou os mais de 20 dias em que esteve detido. "É esse o tempo da justiça", disse, afirmando que os dias permitiram analisar o processo e rebater as acusações do MP.
"Foi bom ter tempo para analisarem, para questionarem, houve tempo para esclarecimentos e houve um tempo de reflexão e depois houve o tempo de decisão. E é depois de todo esse tempo que foram retiradas as conclusões, que já são de todos conhecidas. Nós vamos continuar a trabalhar nestes processos", disse Pedro Calado, que sublinhou "entendemos bem todo o trabalho que está a ser desenvolvido por parte do Ministério Público. Cada um, ou cada uma das partes, está a fazer o seu trabalho".
Recorde-se que, poucos dias após a sua detenção, Pedro Calado renunciou ao mandato de autarca e justificou agora o afastamento com o facto de estar sob suspeita: "não era compatível o facto de me manter como presidente da Câmara. Portanto, não quero que nenhuma ação ou cargo político ou de funções públicas possa intervir no correto esclarecimento de tudo aquilo que tiver de ser esclarecido. Razão pela qual renunciei ao mandato de presidente de Câmara. Neste momento e daqui para a frente não faço mais intenções de exercer qualquer cargo político, público ou partidário. Está completamente afastado", afimrou o ex-autarca.