
Pedro Dias
Arquivo / Global Imagens
Pedro Dias está formalmente acusado do homicídio qualificado de Liliane Pinto. O Ministério Público sustenta que o homem também atirou sobre a mulher de 26 anos que acabaria por morrer em abril, meio ano depois do marido Luís Pinto e do militar da GNR Carlos Caetano.
O Ministério Público (MP) não tem dúvidas que Pedro Dias matou o casal que, na madrugada de 11 de outubro do ano passado, circulava na Nacional 229 entre Aguiar da Beira e Viseu.
De acordo com a acusação, o suspeito de ter atirado a matar sobre a patrulha da GNR, posicionou-se depois na berma da estrada e fez sinal de paragem a Luís Pinto e à mulher que seguiam para uma consulta de fertilidade em Coimbra.
Primeiro disparou sobre o homem que morreu logo ali e só depois de ter obrigado Liliane a arrastar o corpo do marido e a dissimulá-lo entre arbustos, é que atirou sobre ela e fugiu com o carro de ambos. A antiga funcionária da Santa Casa da Misericórdia sobreviveu meio ano, até ser considerada morta em abril.
Quando no final de março deste ano, o Ministério Público acusou Pedro Dias de dois homicídios qualificados e mais dois na forma tentada, Liliane Pinto ainda vivia.
Estava entre a vida e a morte mas, para evitar pendências, o titular do inquérito entendeu separar os processos. Daí que, só agora, quase três meses sobre o falecimento da mulher de 26 anos, tenha deduzido acusação autónoma.
Falta saber se também neste Caso os advogados Mónica Quintela e Rui Silva Leal a quem já foi comunicado o teor da nova acusação, vão ou não requerer instrução.
O interesse da defesa é que todos os crimes sejam julgados num único julgamento e o Ministério Público não se opõe, desde que os dois processos estejam em fases processuais idênticas.
O processo principal segue já debate instrutório marcado para terça-feira, no tribunal de Trancoso, com Pedro Dias a ser interpelado por meio de videoconferência. Não é expectável que quebre o silêncio de anteriores diligências.
A acusação está nesta fase particularmente focada na prisão preventiva do arguido. É que no final desta semana arrancam as férias judiciais e, se não existir despacho de pronúncia antes do dia 8 de setembro, cessam os dez meses legais para manter Pedro Dias na cadeia de alta segurança de Monsanto e terá de ser libertado.
