Pedro João Dias entregou-se às autoridades policiais, na casa de uma professora reformada, amiga da família, em Arouca.
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A detenção de "Piloto" foi concretizada pelas 21.45 horas e foi acompanhada pela RTP, a pedido do próprio fugitivo, para "preservar a segurança e integridade".
Pedro Dias terá feito chegar um bilhete a um familiar em que afirmava que se queria entregar esta terça-feira, dia oito de novembro.
Rui Silva Leal e Mónica Quintela, advogados de Pedro Dias, combinaram com Almeida Rodrigues, diretor nacional da Polícia Judiciária, a entrega, com a condição de ser filmada por aquela estação televisiva, alegadamente por ter receio do confronto com as autoridades.
"Fui contactado para o telemóvel a dizerem-me que o Pedro Dias se queria entregar e o que fiz foi deslocar os meios que tinha no local, para o efeito", afirmou Almeida Rodrigues. O diretor da PJ, que estava na Indonésia a participar na Assembleia-Geral da Interpol, sublinhou que não houve qualquer negociação com a defesa do alegado homicida de Aguiar da Beira.
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Nas imagens, passadas na RTP 3, "Piloto" é visto a entrar no carro policial, sendo visível a sua detenção, algemado. À RTP disse que se entregou porque "não podia ser fugitivo a vida toda".
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Ainda segundo a estação pública, que gravou uma entrevista (que ainda não foi divulgada na íntegra) com o ex-fugitivo, Pedro Dias nega ter matado alguém. "Piloto" afirmou ainda que esteve sempre num raio de 200 quilómetros a partir de Arouca e que durante a fuga chegou a atravessar o rio Douro a nado.
O suspeito não quis, segundo a RTP, explicar o que aconteceu em Aguiar da Beira, na noite em que os crimes de que é suspeito aconteceram.
Instado a responder se se declara culpado dos dois homicídios em Aguiar da Beira, Pedro Dias responde: "De maneira nenhuma", acrescentando que terá tentado entregar-se às autoridades mas teve medo de ser abatido.
"Fui perseguido como um animal"
"Fui perseguido como um animal", afirmou. "Cheguei a ouvir comentários de que era naquele dia que me iriam passar [matar]", explicou, dizendo que ouviu tiros para o ar, aquando da sua perseguição.
O suspeito diz ainda que se entregou agora, mas que por duas vezes já tinha tentado entregar-se às autoridades, em Sabrosa e em Arouca.
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A casa onde "Piloto" se entregou à PJ é pertença de uma professora de história reformada, amiga da família de Pedro Dias, e já tinha levantado suspeitas às autoridades.
Pedro Dias estaria já naquela habitação há cerca de 15 dias e, na sexta-feira passada, o Ministério Público emitiu mesmo um mandado de busca, após a movimentação suspeita de várias pessoas, incluindo familiares de "Piloto", junto à mesma.
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Pedro Dias, que chegou às instalações da PJ da Guarda pelas 00:01 horas desta quarta-feira, será presente ao juiz do Tribunal da Guarda na quinta-feira à tarde. Durante a madrugada foi transferido para o Estabelecimento Prisional da Guarda.
A PJ da Guarda remeteu informações à Comunicação Social para uma conferência de imprensa a ser convocada pelo diretor do departamento, sem precisar data ou hora.
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Pedro Dias é suspeito de matar um militar e um civil, em Aguiar da Beira, distrito da Guarda, além de ter causado ferimentos a outras duas pessoas, uma delas também militar da GNR, e estava a ser procurado pela GNR e pela PJ desde o dia 11 outubro, data dos primeiros acontecimentos.