A Procuradoria-Geral da República (PGR) escudou-se esta terça-feira no segredo de justiça externo do processo “Tutti-Frutti”, que incide sobre uma alegada teia de corrupção e troca de favores entre autarcas do PSD e PS em Lisboa, para não revelar com quantos arguidos conta atualmente o caso.
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Depois de, na segunda-feira, o ex-presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina (2015-2021), ter divulgado que vai ser constituído arguido pelo Ministério Público por suspeitas de prevaricação num apoio dado pelo Município a um clube de rugby em 2017, esta terça-feira foi a vez de surgir na praça pública o nome de Duarte Cordeiro, seu número dois na autarquia até 2019.
“Não fui notificado e não fui constituído arguido”, reagiu, ao JN, Duarte Cordeiro, afastado de cargos públicos desde a queda antecipada do anterior Governo, no qual foi ministro do Ambiente. Medina titulou a pasta das Finança no mesmo Executivo e é atualmente deputado na Assembleia da República.
Em causa no “Tutti-Frutti” estão sobretudo factos ocorridos em 2017, um ano antes de a investigação do Ministério Público de Lisboa ter sido conhecida. Desde então, têm surgido publicamente dezenas de nomes como potenciais arguidos, quer do PSD quer do PS. Em vários casos, acabaram por ser os visados a confirmar a sujeição a esse estatuto.
Esta terça-feira, o JN perguntou à PGR qual o atual número de arguidos no processo, mas não obteve resposta. “A investigação encontra-se sujeita a segredo de justiça externo, não sendo possível, neste momento, prestar informação mais circunstanciada”, retorquiu, por escrito, fonte oficial do órgão liderado por Lucília Gago.
A mesma fonte salientou, ainda assim, que o inquérito “prossegue com a realização de diligências para obtenção de prova, nomeadamente a análise de documentação, bem como a inquirição de testemunhas e constituição e interrogatório de arguidos”.