Pintor da construção civil enviou 3,5 quilos de metanfetamina do aeroporto do Porto
Um pintor da construção civil a residir no Porto tentou enviar, por encomenda postal, três quilos e meio de metanfetamina para a Oceânia. A droga seria descoberta numa fiscalização aleatória feita pela transportadora, já num armazém do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, na Maia.
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O suspeito integrará uma rede internacional, mas foi libertado, nesta sexta-feira, após ter sido interrogado pelo juiz.
Brasileiro, de 54 anos e a viver no Porto há poucos anos, o pintor meteu, no mês de maio deste ano, os três quilos e meio de pó cristalizado num saco plástico, que escondeu numa caixa de cartão. Depois, foi a um quiosque, colocou como remetente uma morada falsa de Lisboa, pagou para fazer chegar a encomenda, por via postal, ao outro lado do mundo e regressou a casa convicto que tudo correria como o planeado.
Contudo, já num armazém do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, onde são guardadas as encomendas transportadas de avião, uma fiscalização aleatória revelaria o esquema criminoso. No seguimento dos procedimentos de segurança obrigatórios, os funcionários da própria transportadora estranharam que a caixa, que deveria ter apenas uma camisa no interior, pesasse mais de três quilos e decidiram abri-la.
Quando viram o pó cristalizado dentro do saco de plástico alertaram a equipa da Polícia Judiciária (PJ) no aeroporto.
Maior apreensão dos últimos anos
Os testes confirmaram que se tratava de metanfetamina e espoletaram uma investigação. Os indícios recolhidos desde então permitiram à PJ identificar e localizar o pintor que remeteu a encomenda e concluir que este era um elemento de uma rede internacional, que abastece diferentes países com este tipo de droga.
O suspeito, que alegou ter feito apenas um favor a um amigo quando enviou a encomenda, foi detido e, já nesta sexta-feira, levado a tribunal, de onde saiu em liberdade. Está, somente, obrigado a apresentações periódicas na esquadra da sua área de residência.
A PJ procura ainda descobrir se a metanfetamina traficada por esta organização é produzida em Portugal ou chega ao país de carro, para daqui ser enviada para outras paragens. Certo, para já, é que, no país de destino, o pó cristalizado seria transformado em pastilhas, para serem consumidas em festivais e em espaços de diversão noturna.
Ao JN, fonte ligada à investigação garante que os três quilos e meio de metanfetamina agora encontrados representam a maior apreensão dos últimos anos.