PJ apreende 19 carros de luxo e 114 relógios em investigação sobre insolvências dolosas

Em causa estão insolvências dolosas em empresas de limpeza na zona de Mafra, que terão lesado os credores em, pelo menos, sete milhões de euros. O principal suspeito é um indivíduo que, há cerca de 20 anos, já havia sido detido pela PJ por factos idênticos aos que agora estão sob investigação. E que está a cumprir pena, há cerca de um mês, após a sua condenação noutro processo, entretanto transitado em julgado.

“A diferença que há no modus operandi é que, no passado, ele adquiria empresas em dificuldades económicas, em pré-insolvência. Expropriava-as de todos os bens e depois desaparecia. Agora, as empresas criadas ou adquiridas por ele têm, efetivamente, atividade durante alguns meses. Mas depois ele deixa de cumprir obrigações fiscais, pagar ordenados, e acaba por entregar a empresa a um terceiro, que não existe”, explica, ao JN, Bruno Miguel, coordenador na Unidade Nacional de Combate à Corrupção da PJ.

A mesma fonte adianta que o mesmo arguido “tem inúmeros processos a nível nacional”. Alguns já “terão prescrito, mas outros serão repristinados.”
Embora tivesse empresas espalhadas um pouco por todo país, era na zona de Mafra que o suspeito tinha a sua “base de atuação”. “Não só vivia na zona, como tinha os escritórios e toda a contabilidade das empresas que lhe tinham passado pelas mãos”, refere o coordenador da PJ.

Na operação policial, um familiar e outro colaborador direto foram constituídos arguidos. Além da prova documental apreendida na operação policial, foi detido ainda um homem, mas por posse de arma proibida. 

A ação, realizada no âmbito de um inquérito dirigido pelo Ministério Público do Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa, foi levada a cabo por mais de 30 inspetores e peritos da Unidade de Perícia Tecnológica e Informática e da Direção de Serviços de Gestão Financeira e Patrimonial da PJ.