PJ e Guarda Civil controlaram entrega de “cocaína negra” para deter traficantes
Uma empresa de Lisboa era a base de um grupo dedicado ao tráfico de cocaína a partir da Colômbia. A droga chegava a Portugal misturada num pó de carvão, que funcionava como filtro de limpeza de águas residuais, e teria de ser sujeita a um processo químico para ficar em condições de ser consumida.
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Nesta semana, a Polícia Judiciária (PJ), na sequência de uma entrega controlada, apreendeu 45 quilos desta “cocaína negra” e deteve dois dos responsáveis da empresa lisboeta.
Os dois portugueses, de 51 e 64 anos, aproveitaram a atividade da empresa para comprar, na Colômbia, 27 cilindros metálicos usados em sistemas de purificação de águas residuais, num negócio que teve o único objetivo de traficar cocaína entre aquele país da América do Sul e a Europa.
Com esse intuito, ainda na Colômbia, a droga foi sujeita a um processo químico que lhe mudou a cor e a transformou em pequenas bolas pretas em tudo iguais ao pó de carvão existente no interior dos cilindros e que funcionam como filtro para limpar água.
Já com a cocaína misturada com o pó de carvão, os cilindros foram enviados, em caixotes colocados no porão de um avião comercial, para o Aeroporto de Madrid/Barajas, em Espanha, onde chegaram há cerca de duas semanas. Contudo, por ser oriunda de um país suspeito, a carga não passou despercebida como pretendiam os traficantes portugueses e as autoridades espanholas descobriram a droga escondida.
Mesmo assim, a cocaína não foi apreendida imediatamente. No âmbito de uma operação de cooperação internacional, a Guarda Civil informou a Polícia Judiciária e ambas as autoridades decidiram deixar a encomenda seguir para Lisboa, para que fosse possível identificar os destinatários finais.
O trajeto entre Madrid e Lisboa foi feito por via terrestre e sempre acompanhado por elementos da Guarda Civil e da PJ que, já com a droga na empresa, continuou a investigação que permitiu concluir que os responsáveis da empresa estavam ligados ao tráfico.
Por esse motivo, só nesta semana é que os dois empresários foram detidos e, depois de interrogados pelo juiz, postos em prisão preventiva.