Inquérito sobre transferências entre F.C. Porto e Portimonense ainda não tem arguidos. Investigados também resultados de testes covid.
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A residência no Algarve do empresário Theodoro Fonseca, o maior acionista da SAD do clube algarvio e intermediário de jogadores, foi alvo de buscas esta semana no âmbito do processo investigado pelo Ministério Público (MP) e pela Polícia Judiciária (PJ) sobre transferências de jogadores efetuadas entre o F. C. Porto e o Portimonense.
Em causa estão suspeitas de eventuais crimes de fraude fiscal e branqueamento de capitais, entre outros. Segundo apurou o JN, não há arguidos nem foram efetuadas detenções neste processo.
Inquério a testes covid
Além deste inquérito, o MP do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) e a Unidade Nacional de Combate à Corrupção da PJ também têm em mãos outro que averigua a eventual falsificação de resultados de testes à covid-19 do jogador Shoya Nakajima.
O futebolista japonês foi anteontem apresentado no Portimonense Sporting Clube, clube ao qual regressou agora por empréstimo do F. C. Porto.
Neste inquérito, que já motivou cerca de uma dezena de buscas no Porto e no Algarve, está a ser investigada a suspeita de que o avançado internacional japonês tenha viajado para os Emirados Árabes Unidos com recurso a um teste à covid-19 falsificado. Mas, em causa, poderá estar um esquema mais amplo de viciação de testes, que terá sido posto em prática numa fase da época desportiva em que atletas e técnicos dependeram de dois resultados negativos para serem admitidos em casa jogo.
Os dois inquéritos têm em comum os alvos F. C. Porto e Portimonense e Theodoro Fonseca. O empresário brasileiro intermediou, em 2008, a transferência de Hulk do Tokyo Verdy para o F. C. Porto, por 40 milhões de euros através da empresa For Gool.
Theodoro Fonseca tornou-se acionista maioritário da SAD do Portimonense em 2013. Nos últimos anos intermediou a transferência e empréstimo de 17 jogadores entre os dois clubes.