Magnata dos aspiradores Rainbow, Matthias Schmelz, está em fuga. Saiu de Portugal depois de saber da investigação.
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Imagens e vídeos em suporte informático, mas também fotografias comprometedoras em papel, foram encontradas esta segunda-feira em casa de Matthias Schmelz, o magnata dos aspiradores Rainbow, que está a ser investigado por organizar na sua vivenda no Monte Estoril, em Cascais, orgias com raparigas menores. A Polícia Judiciária (PJ) também realizou buscas na empresa do suspeito, que fugiu para o estrangeiro há cerca de um mês.
De acordo com informações recolhidas pelo JN, os inspetores da PJ encontraram em casa do indivíduo ficheiros informáticos onde se podem ver algumas das menores já identificadas no processo, em poses eróticas, durante as festas organizadas pelo presidente da Rainbow Portugal.
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Também foram encontradas e apreendidas fotografias indiciadoras dos crimes de prostituição e pornografia de menores em álbuns guardados na mansão. As menores terão entre 14 e 17 anos e seriam recrutadas através de outras jovens, maiores de idade. O empresário oferecia centenas de euros a cada uma das adolescentes que aceitavam participar nas "festas privadas". Depois de aliciadas e de aceitarem participar em orgias, as menores combinariam hora e local com o empresário, ou alguém próximo dele, através de redes sociais ou aplicações de telemóvel que permitem o envio de mensagens encriptadas, como o WhatsApp.
Das cerca de dez raparigas referenciadas no processo, mais de metade serão menores e uma até terá 14 anos. Muitas pertencem às classes média e alta e Matthias chegava a ir buscá-las à porta da escola nos seus carros topo de gama, em encontros previamente combinados nas redes sociais.
Desde meados do mês passado, precisamente no dia em que surgiram as primeiras notícias que o apontavam como suspeito de pornografia de menores, Matthias Schmelz fugiu de Portugal repentinamente. Nunca mais regressou e, desde então, não tem respondido às tentativas de contacto das autoridades portuguesas.
Assalto durante festa
O alemão, que nega tudo, passou a estar debaixo do radar das autoridades após uma mãe, no início do ano, ter denunciado que a sua filha tinha sido aliciada para uma orgia na mansão do Monte Estoril, em Cascais.
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As suspeitas da PJ adensaram-se em março, quando o empresário foi para o estrangeiro e deixou a tomar conta da casa uma jovem brasileira, de 18 anos, que aproveitou a ocasião para convidar uns amigos. Nessa noite, um grupo de jovens invadiu a mansão para a assaltar.
O roubo teria sido planeado por uma jovem do Seixal, que estivera numa festa na casa e se apercebeu dos bens valiosos que ali havia. Com três amigos, assaltou a moradia e quem lá estava, mas todos acabaram detidos. A jovem contou à Polícia em que circunstâncias tinha ali entrado pela primeira vez e o que lá se passava.
"Não vão encontrar nada que me possa comprometer"
Na sua conta de Facebook, o milionário negou qualquer crime e até comentou as buscas de ontem. "Caros amigos, lamento a instabilidade causada pelas buscas da PJ na nossa empresa e na minha casa, mas podem ficar completamente descansados porque eles não vão encontrar nada que me possa comprometer, porque eu não fiz nada do que estou a ser acusado", garante o empresário, que diz estar de "consciência tranquila". O suspeito também usou o Facebook para garantir que uma das jovens que aparece em fotos nas redes sociais é sua namorada e tem 18 anos.