A Polícia Judiciária está a realizar uma operação que visa desmantelar uma rede dedicada à imigração ilegal. Em causa estará um esquema que permitia a cidadãos da Índia, Paquistão e de países asiáticos obter uma autorização de residência provisória em Portugal que, depois, lhes permitia circular por toda a Europa.
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A operação começou logo pelas 7 horas desta segunda-feira e, segundo a CNN Portugal, cerca de cem inspetores da Polícia Judiciária estão no terreno para realizar buscas, identificar imigrantes ilegais e deter os cabecilhas da rede criminosa. Terão sido os líderes já identificados pela Polícia Judiciária que implementaram um processo que terá permitido a milhares de imigrantes entrarem ilegalmente em Portugal.
A rede começava por cobrar milhares de euros a pessoas interessadas em viajar para a Europa e em seguida recorria a alegados falsos contratos de trabalho para solicitar autorização de residência ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF). Os requerimentos eram apresentados na plataforma SAPA - Sistema Automático de Pré-Agendamento do SEF, mas a quantidade anormal de pedidos – na ordem dos milhares – deixava o sistema sem resposta.
Sem poder responder no tempo devido, o SEF, sustentado na lei, emitia uma autorização de residência provisória, o que permitia aos imigrantes permanecer no país até que chegasse o dia de formalizarem o pedido de residência numa entrevista presencial.
Mas enquanto esse dia não chegasse (e poderia demorar anos a chegar), os imigrantes continuavam em Portugal e até viajavam pelo Espaço Schengen sem grandes constrangimentos.
O pior que lhes podia acontecer, em caso de fiscalização num país europeu, era serem forçados a regressar a Portugal.
A operação em curso conta com a participação do SEF.