A Polícia Judiciária esteve esta quinta-feira a executar buscas na casa dos pais do suspeito dos crimes de Aguiar da Beira, situada no centro de Arouca, tendo apreendido alguns documentos, disse à Lusa fonte ligada à investigação.
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Fonte próxima da investigação referiu ainda à Lusa que também decorreram buscas em outros locais na região, nomeadamente na quinta do presumível homicida, na Várzea, e em casas de familiares e amigos onde ele pudesse estar escondido.
Foi nesta quinta que, em 2014, a GNR apreendeu mais de meia centena de animais de espécies protegidas e autóctones e várias armas.
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Entre os animais apreendidos estava um primata, da espécie callithrix jacchus, que foi entretanto entregue ao zoo da Maia, e 52 aves, umas autóctones e outras protegidas pela Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção (CITES).
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Da ação resultou também a apreensão de quatro armas (duas caçadeiras de canos serrados e duas armas de calibre desconhecido) e diversas munições de vários calibres.
Sabe-se agora que o suspeito baleou os GNR, terça-feira de madrugada, quando estava apenas a ser fiscalizado. Intercetado, os militares pediram informações à central-rádio e ouviram o guarda responder: "Cuidado que este indivíduo anda armado". Ali, sem poder tocar nas suas armas, o guarda Carlos Caetano, de 29 anos, foi morto a tiro e o colega, António Ferreira, de 41, algemado (mais tarde foi baleado no pescoço). Depois, o suspeito foi com eles para a EN229 e fez um carjacking a um casal, que baleou: Luís Pinto morreu e a mulher, Liliane, ficou às portas da morte.
Pedro Dias, de 44 anos, natural de Angola, é muito conhecido em Arouca. Divorciado, com uma filha, conhecido por "Piloto", é filho de um engenheiro e de uma professora.
Entretanto, a GNR esclareceu que não deu ordens para "atirar a matar" sobre o suspeito, cujo paradeiro é desconhecido.
"Apesar da gravidade dos factos ocorridos, tendo a instituição perdido um dos seus militares, em momento algum foi dada a ordem mencionada, uma vez que a utilização da força está devidamente definida na lei e nos regulamentos e normas internas da própria instituição", refere a Guarda, num comunicado divulgado hoje.
A GNR cessou na quarta-feira as buscas que estava a realizar entre São Pedro do Sul (distrito de Viseu) e Arouca (distrito de Aveiro) para encontrar o suspeito, mantendo no terreno as patrulhas de policiamento de proximidade.