Depois da operação de buscas executada em março de 2023, a Polícia Judiciária voltou ao Grupo Impala, nesta sexta-feira, para recolher mais documentação. O grupo de Jacques Rodrigues, dono de várias revistas "cor-de-rosa", é suspeito de corrupção, insolvência dolosa agravada, burla qualificada e fraude fiscal.
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Segundo apurou o JN, a Unidade Nacional de Combate à Corrupção, da Polícia Judiciária, precisava de documentação adicional, para dar seguimento à investigação, e não precisou de se impor. Solicitou a documentação e a mesma foi voluntariamente entregue pelo grupo Impala nesta sexta-feira de manhã.
Quanto a Polícia Judiciária avançou, no ano passado, com uma ampla operação de 32 buscas, a que deu o nome "Última Edição", o patrão do grupo detentor de revistas como a "Nova Gente", "Maria" e "TV 7 Dias", era apontado como suspeito de, com o conluio de um admnistrador judicial que acompanhou vários Planos Especiais de Revitalização (PER), ter desviado cerca de 68 milhões de euros da empresa Descobrirpress, correspondentes a receitas das referidas publicações.
Na perspetiva da investigação, Jacques Rodrigues teria usado uma teia de empresas para descapitalizar a Descobrirpress e transferir receitas das revistas para a sua esfera pessoal. Desse modo, a Descobrirpress tinha sido levada à insolvência, em 4 de outubro de 2022, e o Grupo Impala tinha acumulado dívidas de cerca de cem milhões de euros a trabalhadores, a fornecedores e ao Estado, acreditavam os investigadores.
Na altura, em direito de resposta que o JN publicou depois de noticiar aquelas suspeitas, Jacques Rodrigues refutou-as, alegando, desde logo, que não era suspeito de corrupção.
"Sempre fui o proprietário dos títulos das Revistas, sendo que a DescobrirPress, Lda. produzia os conteúdos editoriais, pelo que, nunca existiu desvio de receitas desta empresa ou de outras", afirmou Jacques Rodrigues. O empresário sustentou que, enquanto patrão do Grupo Impala, detinha o "direito" e a "liberdade" de "colocar o negócio dos títulos nas empresas" como bem entendesse, "para melhorar a edição de conteúdos e gestão comercial e financeira, tendo formalizado contratualmente essas cedências, sem nunca obter quaisquer contrapartidas pessoais".