PJ investiga morte em estação abandonada dos CTT em Lisboa

O corpo da vítima foi encontrado em avançado estado de decomposição pelas 12.45 horas destas quarta-feira, no poço de um elevador numa parte do edifício que dá para o Beco da Barbadela, no Martim Moniz.

O alerta foi dado por um transeunte, adiantou, ao JN, fonte do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, que tomou inicialmente conta da ocorrência. A investigação transitou, posteriormente, para a PJ.

De acordo com informações recolhidas pelo JN no local, Marco, de cerca de 30 anos e criado num outro bairro de Lisboa, seria toxicodependente e começara recentemente a furtar cobre, um metal bastante valioso no mercado. O dinheiro da venda serviria para sustentar o vício da droga e outras despesas do dia a dia.

Atualmente a residir na Mouraria, Marco não era visto há cerca de duas semanas e no bairro corria já o rumor de que estaria morto, dentro da antiga estação dos CTT. Esta quarta-feira, as autoridades foram por fim alertadas.

Furtos começaram há três meses

Encerrado em janeiro de 2018 e alienado em maio seguinte, supostamente para dar lugar a um hostel, o imóvel foi ficando, ao longo dos anos, ao abandono, tendo-se transformado num local de consumo de drogas. Há cerca de três meses, os seus utilizadores perceberam que o cobre que ali existia podia ser igualmente útil.

Marco terá sido um dos primeiros a aderir à ideia. Praticaria os furtos, por norma, com outras duas pessoas toxicodependentes. Os seus amigos acreditam que terá sido morto durante uma disputa pelo cobre, mas, para já, não há qualquer confirmação de que foi isso que aconteceu. A morte pode ter sido, em alternativa, acidental.

A investigação da PJ, que já esta quarta-feira esteve no local, prossegue.

O cadáver foi retirado das instalações devolutas, pelos Bombeiros Sapadores, pelas 20 horas e deverá agora ser autopsiado. O ato será fundamental para as autoridades apurarem as causas do óbito.