Segundo suspeito do homicídio do rapper Mota Jr terá também fugido para Inglaterra e há outro que continua a monte.
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Edy Barreiros, um dos suspeitos da morte do rapper Mota Jr, está desde quarta-feira a ser interrogado por um juiz de instrução. A inquirição foi interrompida e continua esta quinta, dia em que será conhecida a medida de coação. Edy foi detido anteontem, ao regressar a Portugal, no aeroporto Francisco Sá Carneiro. Era procurado por mandado de detenção europeu e está indiciado pelos crimes de homicídio, sequestro e roubo.
Com 26 anos, também músico de rap e morador em Loures, Edy fugiu para Inglaterra dias depois do crime, ocorrido a 15 de março, pouco antes da declaração do estado de emergência. Com ele foi outro suspeito, o alegado mentor do crime. Haverá ainda um terceiro implicado a monte. Foi intercetado no aeroporto pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras e está sob custódia da Polícia Judiciária (PJ).
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Na noite do crime, David Mota, de 28 anos, estava com uma jovem à porta da sua casa, em São Marcos, Cacém, quando foi surpreendido pelos raptores em busca do seu ouro e dinheiro. A jovem saiu do prédio quando se iniciaram os confrontos físicos entre a vítima e os agressores e foi para casa. Já foi ouvida pela PJ e recebeu a visita de inspetores em sua casa. David Mota foi esfaqueado, colocado numa carrinha e o seu corpo abandonado num descampado em Sesimbra, na serra da Arrábida.
O cadáver do artista foi encontrado no dia 18, mais de dois meses depois do rapto, em avançado estado de decomposição. Apenas as roupas serviram para indicar que se tratava de Mota Jr, já que do corpo restavam ossadas dispersas no mato frequentado por javalis. A PJ segue no encalço dos restantes suspeitos.
Rasto do ouro ajudou a dar com os suspeitos
O ouro roubado a David Mota rendeu aos homicidas cerca de dois mil euros. Os suspeitos apoderaram-se da chave de casa do rapper na noite do rapto. Horas depois voltaram a sua casa e, aproveitando a ausência de familiares, roubaram o ouro e dinheiro que tinha no quarto. Nesta altura, Mota Jr já estaria morto. A PJ terá acabado por apanhar o rasto ao ouro, determinando onde foi vendido, o que constituiu um avanço importante na investigação.