O diretor nacional da Polícia Judiciária garante que esta tem “gente, hoje”, para recuperar os processos atrasados. “Não podemos andar sempre com um discurso fatalista de que 'não temos, não temos'. Hoje, temos”, afirmou Luís Neves, esta quarta-feira, em Coimbra, na posse do novo diretor da PJ do Centro, Avelino Lima.
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Aos jornalistas, o responsável explicou que, desde que assumiu a liderança da PJ, duplicaram os meios humanos, o que traz “mais responsabilidade”. “Se o poder político nos permite termos mais meios, e que são os meios que já eram devidos há muitos anos, e estão a chegar, naturalmente, o tempo de demora das investigações tem que encurtar”, defende.
Para o diretor da PJ, com mais recursos, o compromisso “é recuperar o atrasado e não voltar a nunca mais ter na nossa história processos que se arrastam anos após anos”.
No discurso na tomada de posse de Avelino Lima, o diretor nacional da PJ defendeu ainda o respeito pelo segredo de justiça e pela presunção da inocência. Considerou que a PJ tem de “salvaguardar a integridade e a honra das pessoas”, o que é um “princípio basilar”.
“Ao defendermos o segredo de justiça e ao não permitirmos que cheguem cá fora determinados conhecimentos, informações que são segredo de justiça, estamos a salvaguardar a presunção de inocência de todos os cidadãos. Qualquer um de nós pode ser arguido”, disse Luís Neves.
Sobre o novo diretor da Diretoria do Centro da PJ, Luís Neves apontou que é “o primeiro polícia em Coimbra” no cargo [no passado, este foi sempre ocupado por um magistrado) e assumiu que estava “muito seguro” quando propôs o seu nome à tutela.
Avelino Lima dirigia o Departamento de Investigação Criminal de Leiria, e sucede nas novas funções a Jorge Leitão, magistrado que regressou ao Departamento de Investigação e Ação Penal de Coimbra.
Luís Neves considera que Avelino Lima se destacou como um “trabalhador incansável, uma pessoa que gosta de resultados” e que tem “sólidos conhecimentos técnicos e científicos”. “É um exemplo”, sublinhou.
Novas instalações nos próximos meses
Luís Neves também revelou, na cerimónia em Coimbra, que, nos próximos meses, poderá apresentar uma solução para as novas instalações da Diretoria da PJ do Centro, que se mantém num imóvel, na Rua Venâncio Rodrigues, perto da Praça da República, que é considerado, já há muitos anos, exíguo para as necessidades.
“Espero que nos próximos meses tenhamos uma solução, que iremos propor à tutela”, indicou Luís Neves em declarações aos jornalistas.
O responsável afirmou que há “várias soluções” em cima da mesa, lembrando o que tem vindo a ser adoptado noutros locais, com a escolha de edificado do Estado.
Antes, e perante os inspetores da PJ, Luís Neves já tinha lembrado que a Diretoria do Centro ocupa as mesmas instalações desde 1978 e que o espaço é “exíguo”. “Desde 78, muita coisa mudou. Hoje somos mais. Estamos em crescimento. Não teremos possibilidade de colocar aqui mais gente”, notou.