
PJ deteve nove suspeitos
Líbia Florentino / Arquivo Global Imagens
Nove dirigentes e colaboradores de duas agências de viagens foram detidos pela Polícia Judiciária por suspeitas de terem lesado o Estado em pelo menos três milhões de euros, através de uma burla ao subsídio social de mobilidade aos passageiros residentes dos Açores.
Corpo do artigo
Os detidos são suspeitos de comercializar, através das agências de viagens criadas no verão do ano passado, passagens aéreas para o continente e para a Região Autónoma da Madeira por valores muito abaixo do praticado pelas companhias aéreas. “O objetivo passava por maximizar o número clientes, aos quais era emitida fatura com o valor promocional que variava entre os 10 e os 50 euros”, explica a PJ.
De acordo com informações recolhidas pelo JN, uma das agências visadas é a "Dias Estridentes", que tem sede na Ilha Terceira. O proprietário da empresa assim como uma familiar e colaboradores foram detidos na operação que começou na quarta-feira.
Numa segunda fase, as agências emitiam uma outra fatura sobre a mesma viagem, em nome de um colaborador, com o preço da tarifa inflacionado ou com uma taxa de serviço elevada. “Com esta documentação e cópia do cartão de cidadão do passageiro, era obtido o reembolso nas estações dos CTT do arquipélago dos Açores e do continente. Em média, o valor de cada pedido de reembolso foi de 3300 euros, para um preço médio por bilhete pago à operadora aérea de cerca de 150 euros”, acrescenta a PJ.
A operação batizada “Mayday” e que está a ser desenvolvida no arquipélago dos Açores, nas ilha Terceira e do Pico, mas também em Portugal continental, está a recolher elementos de prova sobre crimes de de burla qualificada, falsificação de documentos, fraude na obtenção de subsídio e branqueamento de capitais.
Foram realizadas 26 buscas e até agora os inspetores apreenderam 460 mil euros, um barco, avaliado em 100 mil euros, e de 10 veículos de alta cilindrada e topo de gama. O JN sabe que entre os veículos estão um Lamborghini, um Telsa, um Mercedes e um BMW.
Os detidos, com idades compreendidas entre os 23 e os 53 anos, dois deles com antecedentes criminais, já foram levados às autoridades judiciárias para aplicação das medidas de coação. Porém, dada a complexidade do inquérito, é provável que os interrogatório se prolonguem durante vários dias.

