Grupo de cinco elementos atuava na zona de Famalicão e Santo Tirso.
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Entre janeiro e abril deste ano, cinco indivíduos (quatro homens e uma mulher), com idades compreendidas entre os 24 e os 47 anos e todos com cadastro, assaltaram, pelo menos, 11 residências de casais de idosos ou pessoas com problemas de saúde. O gangue foi desmantelado, anteontem, pela Polícia Judiciária (PJ), numa operação realizada em Santo Tirso, Vila Nova de Famalicão e Póvoa de Varzim, que reuniu 48 inspetores.
O gangue começava por vigiar as casas, recorrendo inclusivamente a um drone, e não hesitava em agredir quem lhes tentava fazer frente. Por esse motivo, além dos prejuízos materiais, provocaram danos psicológicos que levaram algumas das vítimas a não regressar às suas residências.
Segundo revelou o inspetor-chefe da PJ do Porto, António Pinto, os suspeitos “ameaçavam os moradores com armas de fogo” para que estes revelassem a localização dos “objetos de valor e dinheiro”.
Mas, referiu igualmente o investigador, “também recorriam à violência quando alguém lhes fazia frente”, o que causou grandes danos em quem foi agredido. “Muitas vítimas, fosse por receio de mais assaltos ou, simplesmente, por não desejarem reviver aqueles momentos de terror, não regressaram às suas casas”, explicou.
Por este motivo, garantiu António Pinto, “esta operação também foi importante para devolver a calma àquelas zonas [de Famalicão e Santo Tirso], onde era intenso o alarme social provocado pelos roubos”.
Roubos que eram concretizados de madrugada, sem um padrão uniforme, pois tanto eram assaltadas “residências isoladas”, como moradias enquadradas em zonas mais urbanizadas.
A PJ suspeita que o grupo tenha assaltado mais do que as 11 residências sinalizadas, uma vez que algumas ocorrências reportadas a outras forças policiais podem estar ligadas a este gangue.
Prejuízos elevados
Certo é que a PJ estima que foram roubados cerca de 160 mil euros, em dinheiro e objetos de ouro. Só durante a operação foram apreendidos 20 mil euros em notas e ainda alguns objetos de ouro, relógios, duas caçadeiras, uma pistola, um pé de cabra e duas soqueiras, entre outro material.
Os lucros dos assaltos terão servido para adquirir cinco automóveis também apreendidos na operação.
Os detidos foram ouvidos em tribunal ontem, mas as medidas de coação ainda não tinham sido decretadas pelo juiz até à hora de fecho desta edição.