Poder de Armando Pereira na Altice põe presidente em contradição com juiz
Patrick Drahi desvaloriza papel do empresário português, que Carlos Alexandre trata como “um administrador de facto”, que intervinha no “processo decisório” e é suspeito de 11 crimes.
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Em recente comunicação pública, o fundador e presidente da Altice, Patrick Drahi, garantiu que, desde 2005, o português Armando Pereira já não tem qualquer ação ou direito de voto no grupo, e que, nos últimos anos, a sua relação com a gestão da Altice International tem sido “inexistente”. Porém, um despacho do juiz de instrução Carlos Alexandre, proferido no inquérito em que Armando Pereira foi detido, contraria frontalmente aquelas duas afirmações. O empresário luso não só detém 22% do capital societário, como interveio em vários negócios de todas as filiais do grupo, assegurou o próprio no interrogatório judicial a que foi sujeito depois de ser detido no dia 13 de julho.
Pressionado a dar explicações, Patrick Drahi manteve, numa videoconferência com obrigacionistas, este mês, que o seu antigo parceiro não possuía qualquer ação do grupo. “[Detém] simplesmente uma participação de cerca de 20% sobre o meu direito económico pessoal”, explicou, Drahi recusando-se a prestar mais esclarecimentos.