Polícia em grupo neonazi: ASPP/PSP condena crimes de ódio e apela a não "aproveitamento"
A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) condenou a prática de crimes de discriminação e incitamento ao ódio e violência, "independentemente de quem os pratica". E apelou a que não haja "aproveitamentos" do alegado envolvimento de polícias em movimentos de extrema-direita e crimes graves.
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Em comunicado, a principal organização sindical das polícias frisa que os profissionais da PSP "desde sempre combateram estes fenómenos com resiliência, altruísmo e espírito de missão, hoje, num quadro de limitação de meios e recursos". E lembra que "casos desconformes existem em todas as profissões".
A ASPP/PSP salienta o "grande escrutínio, quer em termos mediáticos, hierárquicos, disciplinares e criminais", a que estão sujeitas as ações dos polícias. Estes profissionais estão sujeitos ao cumprimento da lei, e a "deveres e obrigações", mas, outro lado, "também na qualidade de suspeitos estão abrangidos pela lei, com as perspetivas que a mesma contempla".
Aproveitamento para problemas estruturais, políticos e sociais
Assim, "não deixando de evidenciar a gravidade e o impacto dos crimes em questão, a ASPP/PSP ainda assim, uma vez mais, apela a que não se recorra aos polícias para fazer qualquer aproveitamento em tornos dos problemas, os quais muitos são estruturais, políticos e sociais".
"A ASPP/PSP aguarda que as instituições responsáveis pela investigação e aplicação das leis façam a sua parte e defende que outras entidades reconheçam, dignifiquem e valorizem os profissionais da PSP, para que estes continuem a desenvolver a sua missão e a preservar a liberdade e a segurança no nosso país", termina o comunicado.
Polícia entre alegados membros de grupo neonazi
Recorde-se que, na passada semana, a Polícia Judiciária deteve seis suspeitos de pertencerem ao Movimento Armilar Lusitano, tendo quatro ficado em prisão preventiva, depois de presentes a juiz de instrução para aplicação das medidas de coação. Entre os detidos está um polícia da PSP, indicado pelo Ministério Público como um dos três fundadores do movimento neonazi, criado em 2018.
Quatro dos arguidos, incluindo o agente da PSP, estão indiciados pelos crimes de infrações relacionadas com grupo terrorista, cuja pena de prisão vai dos 8 aos 15 anos, e por infração terrorista. Todos os seis arguidos estão indiciados por detenção de arma proibida.