PJ faz buscas na Câmara de Coruche que estiveram agendadas para dias antes das eleições

Diligências visam apurar eventuais práticas ilícitas na gestão autárquica
Foto: Rui Manuel Fonseca / Arquivo
A Unidade Nacional de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária está a fazer buscas, nesta manhã de quinta-feira, na Câmara Municipal de Coruche. As diligências chegaram a estar agendadas para as vésperas das últimas eleições autárquicas, mas foram adiadas.
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Nas diligências em curso está a ser recolhida documentação relacionada com adjudicações de contratos públicos pela Câmara de Coruche.
Segundo informações recolhidas pelo JN, o Ministério Público do Departamento de Investigação e Ação Penal de Santarém emitiu mandados de busca poucos dias antes das eleições autárquicas de 12 de outubro. Os mandados de busca têm um prazo máximo de 30 dias, e a execução daqueles chegou a ser agendada, com inspetores escalados para avançar para o terreno, para a semana anterior à disputa eleitoral. Contudo, as buscas seriam adiadas para esta quinta-feira, 46 dias depois.
As eleições para a Câmara Municipal de Coruche foram vencidas, com 32,7% dos votos, pelo PS, que tinha como cabeça de lista Nuno Azevedo, depois de Francisco Oliveira ter ocupado o cargo de presidente durante três mandatos, num total de 12 anos. Em segundo lugar e a curta distância ficou o movimento independente "Volta Coruche", com 30,7% dos votos, e em terceiro o PPD/PSD, com 14,65%. A CDU e do Chega não conseguiram eleger qualquer vereador.
Câmara promete "responsabilidade na gestão pública"
Em comunicado enviado ao JN pelas 11.01 horas, a Câmara Municipal de Coruche confirmou as buscas nas suas instalações, "das quais resultou a recolha de documentação para análise".
"A autarquia está a colaborar integralmente com as autoridades, mantendo total disponibilidade para prestar todos os esclarecimentos solicitados", garantiu, acrescentando que "mantém um compromisso firme com a transparência, o rigor e a responsabilidade na gestão pública".

