MP de Beja acusa agente da PSP e mulher de simularem transferência bancária de mais de 2500 euros.
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Um agente principal da Divisão de Cascais da PSP e a mulher estão acusados, em coautoria material, de um crime de burla para obtenção de alimentos, bebidas ou serviços, por, segundo a acusação do Ministério Público (MP) de Beja, terem usufruído, sem pagar, de uma estadia na Herdade da Malhadinha Nova, um turismo rural de luxo, em Albernoa. O julgamento está marcado para hoje
De acordo com a acusação, a que o JN teve acesso, José G., de 39 anos, e Maria G., de 43, residentes em Cascais, alojaram-se naquela unidade hoteleira entre 6 e 8 de setembro de 2019, tendo usufruído de refeições, massagem, passeio de charrete, um piquenique gourmet no picadeiro. Tudo no valor de 2580 euros, que não pagaram.
Ainda segundo o MP, o casal fez a reserva através de uma central e ao ser informado de que teria de dar um número de cartão de crédito, alegou que "não dispunha de plafond", tendo "aceitado" a sugestão da estância para fazer uma transferência bancária.
A 6 de setembro de 2019, o casal enviou um comprovativo de uma transferência no valor de 2580 euros, que de imediato anulou. Nesse mesmo dia, José e Maria rumaram a Beja e ao funcionário da unidade hoteleira terão exibido o talão comprovativo do pagamento. Foi autorizado o alojamento e emitida a respetiva fatura/recibo.
Só que, refere ainda o MP, como as transferências demoram três dias, a administração da unidade só se apercebeu da burla no dia 9 de setembro, um dia após a saída do casal.
Porque o arguido é agente da PSP, o MP de Beja enviou cópia de constituição de arguido e do despacho de acusação para a Direção Nacional da Polícia que, contactada pelo JN, não esclareceu se tinha conhecimento da situação e que medidas tinham sido tomadas em relação ao agente.