O agente da PSP que há 22 dias está a mobilizar milhares de polícias em protesto por melhores condições salariais acusou, esta segunda-feira, a plataforma de sindicatos da PSP e associações da GNR de não aparecer na Assembleia da República, exceto quando está presente a comunicação social.
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"Tirando o dia 24 [de janeiro, dia da manifestação dos polícias em Lisboa] ou quando estão cá as câmaras, nunca cá puseram os pés. Em entrevistas, falam da nossa luta como se fosse da plataforma, mas estar a lutar está quieto. Os burros que fiquem lá ao frio, chuva, sol, a dormir no chão quatro horas por dia", criticou Pedro Costa, num vídeo difundido esta segunda-feira num grupo do Telegram.
"A grande maioria dos sindicatos que compõem a referida plataforma nunca veio falar comigo ou com algum polícia que se encontra na Assembleia [da República]. Talvez por medo, vergonha, indiferença ou nojo. Não sei o porquê", afirmou o agente de 32 anos, na PSP há cinco, ressalvando que não é "anti-sindicatos" e deixando de fora das críticas o Sindicato Unificado da PSP, o Sindicato Nacional da Polícia e o Sindicato dos Profissionais de Polícia.
No vídeo, em que lamenta o facto de só quererem negociar o suplemento de missão ("nem sequer querem tocar no ponto ordenado-base", salientou), o polícia desafia a plataforma que congrega os sindicatos da PSP e as associações da GNR a marcar uma "assembleia-geral" e convida todos os associados a estarem presentes em frente ao Parlamento. "Aí sim, podem dizer à comunicação social, com toda a legitimidade, que a luta continua e que estão com os polícias", acrescentou Pedro Costa, frisando que não é "um trampolim para a ribalta, para certas pessoas andarem a pavonearem-se em frente de câmaras".
Na mensagem, o agente da PSP lamentou ainda que sejam "aqueles a quem ainda faltam 30 ou 40 anos de serviço" quem menos adere aos protestos.
As declarações de Pedro Costa surgem no dia em que a plataforma sindical afirmou que o secretário-geral do PS se comprometeu a "fazer contas" para avaliar a acomodação orçamental da equiparação do suplemento de missão da PSP e da GNR ao da PJ.
Em declarações aos jornalistas após uma reunião com Pedro Nuno Santos, o representante da plataforma Bruno Pereira, que é também presidente do Sindicato Nacional dos Oficiais de Polícia, considerou que foi uma "reunião histórica" e que o secretário-geral socialista manifestou o desejo de ver a situação "resolvida com a maior prioridade possível".
A plataforma tem agendada para quarta-feira, 31 de janeiro, uma manifestação no Porto.